MUNDO
Megatraficante asiático morre em Mianmar aos 74 anos
Por Agencia Estado
Morreu em Mianmar aos 74 anos o antigo e poderoso senhor da guerra e das drogas Khun Sa, que se proclamava combatente da liberdade mas liderou exército guerrilheiro descrito pelo governo dos Estados Unidos como o maior produtor de heroína do mundo. Apesar da morte ter acontecido na sexta-feira, o ex-secretário de Khun Sa, Khuensai Jaiyen, divulgou a informação somente hoje. A causa da morte ainda não foi revelada, mas o traficante sofria de diabetes, pressão alta e seu corpo estava parcialmente paralisado. Seu corpo, segundo um funcionário do governo birmanês, foi cremado hoje, na presença de 60 pessoas, entre familiares, colaboradores e oficiais do serviço de inteligência de Mianmar.
Khun Sa vivia recluso em Rangum desde 1996, quando se rendeu à junta militar que governa Mianmar. A junta permitiu que ele comandasse, secretamente, concessões para explorar uma empresa de transportes e uma mina de rubis, entre outros negócios. No auge da sua fama, Khun Sa comandou um verdadeiro reino do narcotráfico, montado nas florestas dos vales montanhosos de Mianmar. O "reino do narcotráfico" tinha televisão via satélite, escolas e mísseis terra-ar na região produtora de heroína do Triângulo Dourado, na fronteira entre Mianmar, Tailândia e Laos. Por quase quatro décadas, o senhor da guerra e do narcotráfico alegou lutar pela autonomia dos Shan, uma das várias minorias étnicas que combateram o governo central de Mianmar.
Agentes dos serviços secretos contra o narcotráfico no mundo o chamavam de o "Príncipe da Morte". O governo dos EUA chegou a oferecer US$ 2 milhões em recompensa por sua prisão. No início da década de 90, a estimativa era de que mais de 60% da heroína refinada vendida nos EUA era feita com ópio produzido nessa região. No auge do seu poder, Khun Sa chegou a ter um exército particular de 25 mil homens sob seu comando, chamado de Exército Unido do Shan.
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