MANIFESTAÇÃO
Milei enfrenta greve-geral na Argentina e aéreas cancelam voos
Ato "o país não está à venda" protesta contra medida provisória adotada pelo presidente
Por Da Redação
O presidente da Argentina, Javier Milei, terá que lidar nesta quarta-feira, 24, com a primeira paralisação geral desde que foi eleito e assumiu a presidência do país, em dezembro de 2023. A manifestação foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e conta com apoio da Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA) e de outros setores.
O protesto dos profissionais está previsto para começar a partir das 12h e deve durar o resto do dia. Com o lema "o país não está à venda", o objetivo é se manifestar contra uma medida provisória do governo, que modifica a economia da Argentina e as leis trabalhistas, conhecida como "decretaço". A população também questiona a lei omnibus, que prevê superpoderes a Milei e a privatização de estatais.
Diante da paralisação, bancos, trens e metrô terão os funcionamentos alterados ou interrompidos. O ato também foi aderido por caminhoneiros e trabalhadores do transporte aéreo. Com isso, 33 voos da Gol e da Latam foram cancelados, causando impactos para turistas brasileiros e argentinos.
A paralisação geral, que não acontece desde 2019 na Argentina, deve marcar presença na frente do Congresso, com o objetivo de pressionar deputados e senadores a não aprovarem as leis, que precisam do aval dos parlamentares. Apesar disso, por ser uma medida provisória, o "decretaço" de Milei já está em vigor.
A ministra de Segurança, Patricia Bullrich, disse que o “protocolo antipiquetes” deve ser utilizado novamente durante as manifestações. A medida bloqueia vias e permite que a população fique apenas nas calçadas. O esquema chegou a ser utilizado em dezembro, mas não funcionou. Na ocasião, manifestantes entraram em confronto com a polícia em outro protesto contra Milei em Buenos Aires.
O porta-voz do governo de Milei, Manuel Adorni, disse que a população é contra a paralisação e que não reconhece a motivação dos grevistas. Ele afirmou também que os trabalhadores perderam a liberdade nos últimos anos.
“Quem quiser trabalhar deveria poder trabalhar, e quem quiser parar, pode parar, mas sem atrapalhar a vida dos outros”, afirmou o porta-voz.
Ainda de acordo com o governo argentino, funcionários públicos que participarem da manifestação terão pagamentos descontados. Na província de Buenos Aires, no entanto, o desconto não acontecerá. O local é governado pelo político de esquerda, Axel Kicillof, que disse que respeitará o direito de greve.
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