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Morre o diretor italiano Gillo Pontecorvo

Publicado quinta-feira, 12 de outubro de 2006 às 22:35 h | Autor: Agência AFP

O diretor italiano Gillo Pontecorvo, ganhador do Leão de Ouro em Veneza em 1966 com "A batalha de Argel", morreu na noite desta quinta-feira em Roma aos 86 anos, anunciou a agência italiana Ansa.



Casado e pai de três filhos, o cineasta morreu no hospital Gemelli de Roma, indicou a agência, sem precisar a causa do morte.



Pontecorvo é considerado um dos cineastas italianos mais importantes do pós-Guerra. Foi indicado ao Oscar e dirigiu o ator norte-americano Marlon Brando em "Queimada" (1971).



Nascido em 1919 na cidade toscana de Pisa, Pontecorvo estudou química antes de se dedicar ao jornalismo. No início dos anos quarenta filiou-se ao Partido Comunista italiano e participou da resistência antifascista de 1943 a 1945.



Correspondente em Paris de vários jornais italianos depois da guerra, começou no cinema como ajudante do diretor francês Yves Allégret.



Seu primeiro longa-metragem, "A grande estrada Azul" (1957), mostra um povoado de pescadores onde Yves Montand luta para sustentar sua família. Três anos mais tarde, Pontecorvo conta em "Kapo" a história de uma judia que se transformou em auxiliar dos nazistas num campo de concentração.



Em 1965, "A Batalha de Argel" consagra o diretor.



Filmada e co-produzida com o argelino Saadi Yacef, ex-dirigente da FLN, a história mostra de maneira equilibrada e realista a luta dos pára-quedistas franceses contra os homens da FLN em 1958. Proibido por muito tempo na França, "A batalha de Argel" ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza em 1966.



Em seu filme seguinte, "Queimada" (1971), Pontecorvo dirige Marlon Brando e aborda novamente o tema do colonialismo.



O diretor italiano ficou dez anos sem dirigir e voltou ao cinema com "Ogro", filmado na Espanha e que conta a preparação e execução pelo ETA, em Madri, de um atentado em 1973 contra o almirante Carrero Blanco.



Gillo Pontecorvo dirigiu a Mostra de Veneza de 1992 a 1996.

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