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Nadia Murad lança proposta contra violência sexual em conflitos

Vencedora do Nobel da Paz em 2018 apresentou a medida na ONU

Publicado quarta-feira, 13 de abril de 2022 às 23:54 h | Autor: AFP
Vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2018, Nadia Murad
Vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2018, Nadia Murad -

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2018, Nadia Murad, e o Reino Unido apresentaram nesta quarta-feira, 13, na ONU um código de conduta mundial para lutar de maneira mais efetiva contra a violência sexual nos conflitos que assolam países e regiões do Afeganistão à Ucrânia, passando pela África.

O "Código Murad", nomeado em referência à sua autora iraquiana, uma ex-escrava sexual do grupo Estado Islâmico e figura mundialmente conhecida dos yazidis, pretende contribuir pela busca de justiça para as vítimas sobreviventes, facilitando a recuperação de provas. 

Além disso, propõe permitir que as vítimas testemunhem suas experiências em total segurança e minimizar as consequências psicológicas e físicas.  

"Os esforços para pôr fim à violência sexual ganham envergadura, em grande parte, graças aos corajosos sobreviventes de todo o mundo que compartilharam suas histórias", disse Nadia Murad, presente em uma reunião do Conselho de Segurança sobre a violência sexual nos conflitos. 

"Porém, mais frequentemente, as denúncias de violência sexual têm consequências negativas para os sobreviventes. O Código Murad apresenta diretrizes claras e práticas para centrar as necessidades dos sobreviventes na coleta de provas e assegurar que recebam justiça e apoio, em vez das consequências", assegurou. 

Em um comunicado conjunto, a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, denunciou "o número crescente de informes sobre casos de violência sexual infligida pelas forças russas" na guerra na Ucrânia. 

"O lançamento do Código Murad é uma etapa essencial para ajudar e apoiar os sobreviventes e levar os autores à justiça pelos seus crimes", acrescentou. As autoridades britânicas têm previsto organizar uma conferência internacional sobre a violência sexual nos conflitos ainda este ano.

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