MUNDO
Nicolelis detona empresa de "chip no cérebro" de Elon Musk: 'Açougue'
Neuralink levanta controvérsias por morte de animais
Por Redação

Empresa que busca instalar "chips no cérebro" para para dar a tetraplégicos a habilidade de controlar máquinas, como computadores, a Neuralink, do bilionário Elon Musk, foi duramente criticada por Miguel Nicolelis, um dos maiores neurocientistas do mundo.
Segundo ele, a iniciativa mais "parece um açougue" e optou pelo lado mais espetacular para arrecadar mais dinheiro.
"Dos mais de 20 macacos [usados na pesquisa], 16 morreram. Qualquer laboratório de pesquisa americano não duraria uma semana com esse 'track record' [histórico]. Se você perde um animal já fica sob investigação por seis meses, se perder o segundo eles fecham [sua empresa]", alertou Miguel Nicolelis em entrevista ao Uol.
O número de animais mortos em testes da Neuralink é muito maior. De 2018 a 2022, mais de 1,5 mil animais, entre porcos, carneiros e macacos morreram.
A empresa atualmente é alvo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que investiga a violação à legislação que regula o tratamento dos animais em pesquisas, exposições e transportes. Outra organização no encalço da Neuralink é a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos.
Além das mortes de animais durante os testes, as cirurgias com os primeiros humanos não foram tão bem. Na primeira delas, 85% dos filamentos do implante cerebral não se conectaram ao cérebro.
"Fiz 30 cirurgias de macaco na minha carreira. Nunca um macaco morreu, teve meningite ou um filamento não entrou no cérebro", diz Nicolelis.
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