MUNDO
ONU pede apuração sobre violações do direito na guerra Israel-Hamas
Mais de 11.500 palestinos morreram após ataques registrados na Faixa de Gaza
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu, nesta quinta-feira, 16, uma investigação internacional após "acusações extremamente graves" de violações do direito internacional na guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.
"Acusações extremamente graves de múltiplas e profundas violações do direito internacional humanitário, independente de quem as cometa, exigem uma investigação rigorosa e a total responsabilização", declarou Volker Türk em uma sessão informativa para os países membros da ONU em Genebra.
A embaixadora de Israel na ONU, Meirav Eilon Shaha, reagiu e afirmou que o direito internacional não é um "pacto suicida" que permite a "organizações terroristas (...) se beneficiarem de um apoio internacional constante".
Seu homólogo palestino, Ibrahim Khraishi, pediu que a comunidade internacional "acorde" para o que chamou de "massacre e genocídio".
"Quando as autoridades nacionais se mostram relutantes ou incapazes de realizar tais investigações, e onde há narrativas contestadas sobre incidentes particularmente significativos, uma investigação é necessária", destacou o alto comissário.
Türk fez as declarações após uma visita ao Oriente Médio na semana passada. Ele não conseguiu entrar em Israel nem nos territórios palestinos, apesar de ter solicitado autorização.
A missão israelense em Genebra declarou à AFP que não vê qual "benefício a visita do alto comissário poderia levar a Israel neste momento".
No dia 7 de outubro, o Hamas executou um ataque surpresa no sul de Israel e matou 1.200 pessoas, além de sequestrar outras 240, segundo as autoridades israelenses.
Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o movimento islamista e passou a bombardear diariamente a Faixa de Gaza. Mais de 11.500 palestinos morreram nos ataques, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
Türk afirmou que a guerra vai além de Gaza e se mostrou preocupado com "intensificação da violência e da discriminação contra os palestinos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental", a parte de maioria palestina da cidade sagrada.
"Na minha opinião, isso cria uma situação potencialmente explosiva e quero ser claro: estamos muito além do nível de alerta inicial. Estou soando o alarme mais alto possível sobre a Cisjordânia ocupada", disse.
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