MUNDO
Presidente do Peru depõe por escândalo Rolexgate
Dina Boluarte é investigada pelo crime de enriquecimento ilícito
Por AFP
-A presidente do Peru, Dina Boluarte, comparece, pela primeira vez, nesta sexta-feira, 5, diante dos promotores por causa do Rolexgate, um caso em que é investigada pelo crime de enriquecimento ilícito pela suposta posse de relógios de luxo e joias não declaradas, um escândalo que abala o seu já frágil governo.
O interrogatório começou às 8h30 (10h30 em Brasília) e é liderado pelo procurador-geral Juan Carlos Villena, que "iniciou o processo de ouvir as declarações da presidente da República", informou o Ministério Público em sua conta na rede social X.
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Boluarte chegou à sede do Ministério Público em Lima com seu advogado, Mateo Castañeda, em um carro oficial escoltado por cinco viaturas policiais, confirmou um jornalista da AFP.
Os promotores pediram à presidente peruana que apresente, caso ela realmente os possua, os objetos de valor não declarados como parte de seu patrimônio quando assumiu o cargo e que mostre os recibos de compra ou explique sua origem.
O depoimento ocorre depois que a polícia realizou buscas em sua casa e no gabinete presidencial em 30 de março em busca da suposta coleção, composta por pelo menos três relógios de luxo da marca Rolex que a imprensa lhe atribui através de diversas fotografias publicadas nos últimos dias.
O governo tem esperança de que o caso seja esclarecido com a versão contada por Boluarte para acabar com um escândalo que já provocou dois pedidos de impeachment da oposição parlamentar de esquerda, embora eles tenham sido rejeitados pela maioria de direita do Congresso na quinta-feira.
"Eu presumo que, depois dessa explicação, o Ministério Público vai encerrar essa investigação", disse o chefe do gabinete ministerial, Gustavo Adrianzén, na quinta-feira.
Segundo Adrianzén, a presidente "saberá explicar o que aconteceu, como as coisas ocorreram".
O Ministério Público já investiga Boluarte desde 2023 pelos supostos crimes de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves", pela morte de mais de 50 civis "durante manifestações sociais entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023" que exigiam a sua renúncia e a antecipação das eleições.
O escândalo eclodiu quando sua popularidade não ultrapassa os 10% nas pesquisas.
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