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Réfem de sequestradores do Hamas fala sobre abusos sexuais

Amit Soussana sofreu diversas agressões físicas e foi arrastada para a fronteira de Gaza

Publicado quarta-feira, 27 de março de 2024 às 19:30 h | Autor: Da Redação
Soussana é advogada e tem 40 anos
Soussana é advogada e tem 40 anos -

O quarto infantil, repleto por imagens do desenho animado Bob Esponja, representa um paradoxo com o que acontecia ali. Amit Soussana, refém israelense, sofria diversas agressões e abusos sexuais no local, por sequestradores do Hamas.

Os sequestradores tentaram conter a resistência da advogada, de 40 anos, com diversas agressões, conforme vídeo. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo, com base em reportagem do The New York Times.

Soussana teve as mãos e os pés amarrados e foi arrastada pelo terreno acidentado até Gaza. Ela relata que chegou no local, gravemente ferida, sangrando e com os lábios machucados. A advogada disse que após dias de agressões, conseguiu ver seu rosto pela primeira vez no espelho e só chorava.

Após sua chegada perto ao território da Palestina, Soussana relata que foi empurrada para dentro de um carro e levada para as periferias da Cidade de Gaza. Em seguida, foi desamarrada, vestida com um uniforme paramilitar e transferida para outro carro em que estavam vários combatentes uniformizados.

Depois, foi levada para um telhado. Chegando no local, Soussana relatou que foi apresentada a um homem chamado Muhammad. A mulher diz que a maior parte das perguntas de Muhammad se relacionavam com seu período menstrual.

"Todos os dias ele perguntava: 'Você menstruou? Você menstruou? Quando você menstruar, quando terminar, você vai se lavar; você vai tomar um banho e lavar suas roupas'", lembra em entrevista.

No dia seguinte, ela foi levada para o sudoeste em direção a cidade de Nuseirat, no centro de Gaza, em outro carro. Ela diz que nesse momento, Muhammad estava do seu lado, com a arma apontada para ela.

Quando seu chegou a cidade, ela foi entregue a um homem que se apresentou como Amir, que a levou para um apartamento particular, adentrando novamente em outro lugar desconhecido.

Soussana relatou que um homem armado com uma máscara, que se apresentou em inglês como Jihad, a esperava no fundo. Diferente de outros guardas, ele agiu de forma simpática com Soussana e chegou a cantar uma música famosa que ele tinha ouvido em um programa infantil.

O Isarel e o Hamas concordaram com um acorodo de reféns e uma trégua temporária, entrou em vigor na sexta-feira, 24 de novembro. No dia seguinte, três reféns foram levados para um escritório na Cidade de Gaza, último local de detenção de Soussana.

Numa quinta-feira, 30 de novembro, último dia de trégua, a libertação de Soussana chegava perto. Ela foi separada do refém mais velho e levada para as ruas da Cidade de Gaza. Uma mulher de Hijab, Mia Schem, outra refém israelense, entrou no carro

De acordo com a Folha de S. Paulo, as duas foram levadas para um ferro-velho. Ela relatou que guardas trocaram as roupas civis por uniformes. Em seguida, as duas mulheres foram levadas para a Praça da Palestina, coração da Cidade de Gaza, onde foram entregues à Cruz Vermelha. Quando se aproximaram da fronteira israelense, um agente da Cruz Vermelha entregou um telefone a Soussana.

Após sua libertação, um relatório hospitalar preparado afirmou que ela voltou para Israel com machucados na órbita ocular direita, na bochecha, no joelho e no nariz, assim como hematomas graves no joelho e nas costas. O documento ainda afirma que muitas das lesões estavam relacionadas ao dia do sequestro, incluindo socos no olho direito.

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