CONFLITO
Rússia ameaça controlar multinacionais que abandonaram o país
Governo deu 5 dias para proprietários retornarem ou venderem suas participações
Por Da Redação
As multinacionais que estão deixando a Rússia em resposta às sanções internacionais por causa da invasão à Ucrânia, podem perder o controle de suas empresas nos territórios russos. O governo local ameaça tomar o controle e nacionalizar as empresas.
Devido à fuga de multinacionais, como Coca-Cola, Starbucks e McDonald’s, o Ministério da Economia apresentou novas políticas para assumir o controle temporário de companhias que tenham mais de 25% de participação estrangeira e deu 5 dias para os proprietários retornarem ou venderem suas participações.
Segundo as propostas, um tribunal de Moscou analisaria pedidos de membros do conselho e outros para trazer “gerentes externos”. O tribunal poderia então congelar ações de empresas estrangeiras como parte de um esforço para preservar propriedades e funcionários. A gestão externa poderia incluir o banco estatal de desenvolvimento VEB.RF, de acordo com um comunicado do ministério da Economia.
“O governo russo já está trabalhando em medidas que incluem falência e nacionalização da propriedade” de empresas estrangeiras forçadas a sair do país, disse o ex-presidente russo Dmitri Medvedev em comunicado publicado na quinta-feira no site de mídia social VKontakte.
O Ministério da Economia disse ainda que as medidas se aplicariam a empresas cuja administração, incluindo acionistas, efetivamente encerrou o controle da atividade em violação às leis russas. As empresas cuja administração deixou a Rússia ou transferiu ativos a partir de 24 de fevereiro também podem estar sujeitas às novas regras.
Multinacionais em fuga
A lista de marcas globais que estão abandonando a Rússia cresce a cada dia. Outras grandes corporações de energia a bens de consumo e eletrônicos, seguem suspendendo as operações no país.
Embora as sanções estejam dificultando a realização de negócios, as empresas também estão preocupadas com uma possível reação negativa caso continuem no país e sejam vistas como apoiadoras da invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin.
A Rússia prometeu retaliar as sanções impostas pelos EUA e outros países, mas sua resposta até agora foi limitada. Como parte das medidas tomadas para conter a fuga de capitais, as autoridades impuseram uma proibição temporária de certas transações bancárias a não residentes de nações que aderiram às penalidades internacionais.
Putin também emitiu uma ordem no início desta semana dizendo que a Rússia restringiria o comércio de alguns bens e matérias-primas em resposta a sanções, e que seguiriam detalhes sobre quais produtos seriam afetados.
Nesta semana, a Bloomberg News anunciou que a China já está conversando com suas empresas estatais sobre quaisquer oportunidades de potenciais investimentos em empresas ou ativos russos.
Para a Rússia, o êxodo de empresas estrangeiras ameaça mais interrupções no fornecimento de bens importados em uma economia que já sofre com um de seus maiores choques inflacionários em décadas. Também correm o risco de perder o emprego quase 3 milhões de russos que trabalham para empresas sediadas no exterior ou empresas nacionais em joint ventures com multinacionais.
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