MUNDO
Rússia tenta passar imagem de normalidade após revolta do grupo Wagner
Vladimir Putin não aparece em público desde o discurso exibido na televisão na manhã de sábado
Por AFP
A Rússia suspendeu nesta segunda-feira, 26, as medidas de segurança instauradas em Moscou durante a rebelião do grupo paramilitar Wagner, em uma tentativa de retomar a normalidade após uma crise sem precedentes que enfraqueceu a imagem do presidente Vladimir Putin.
A rebelião do grupo fundado por Yevgueni Prigozhin, um bilionário que já foi aliado de Putin, durou 24 horas e terminou no sábado à noite com um acordo entre ele e o Kremlin, após a mediação do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko.
Com o acordo, Prigozhin, comandante do grupo paramilitar, obteve garantias de imunidade para ele e seus combatentes em troca do fim da rebelião. O Kremlin anunciou que o empresário deve viver no exílio em Belarus.
As agências de notícias russas, no entanto, informaram nesta segunda-feira, com base em uma fonte da Procuradoria Geral, que a investigação contra Prigozhin continua aberta.
As autoridades anunciaram o fim do "regime de operação antiterrorista" - que concede mais poderes às forças de segurança - na região de Moscou e em Voronezh, ao sul da capital, onde as unidades do grupo Wagner entraram e localidade que registrou tiroteios.
A medida foi adotada diante da "ausência de ameaças para a vida" dos moradores, afirmou o prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, que agradeceu a "calma e compreensão" dos moscovitas.
Vladimir Putin não aparece em público desde o discurso exibido na televisão na manhã de sábado, no qual chamou a rebelião liderada por Prigozhin de "facada nas costas".
Também reina a incerteza sobre o paradeiro dos 25.000 homens que, segundo Prigozhin, o apoiaram em sua rebelião: Eles estão em suas bases na Ucrânia? Ou estão na Rússia?
Apesar da aparente normalidade propagada pelas autoridades nesta segunda-feira, com a divulgação de imagens do ministro da Defesa, Serguei Shoigu, passando em revista as tropas russas na Ucrânia, a rápida aventura empreendida pelos insurgentes do grupo Wagner entre a noite de sexta-feira e a noite de sábado provocou grande comoção na Rússia.
Durante 24 horas, as forças de Prigozhin assumiram o controle de várias unidades militares na cidade estratégica de Rostov do Don, no sudoeste da Rússia, e avançaram 600 km na direção de Moscou, ao que parece sem grandes dificuldades.
Em Rostov, os combatentes paramilitares, inclusive, foram aplaudidos quando deixaram o quartel-general militar que haviam ocupado, a partir do qual são coordenadas as operações na Ucrânia.
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