MUNDO
Sem tsunami em Salvador: atividade do vulcão das Canárias tem queda acentuada

Por Daniel Genonadio e Redação

Os soteropolitanos já não precisam se preocupar com a possibilidade ventilada nas últimas semanas de que um tsunami poderia atingir a cidade. A teoria, de acordo com uma projeção do portal MetSul, era de que a erupção de um vulcão nas Ilhas Canárias, na Espanha, pudesse causar o fenômeno natural que atingiria a costa nordestina.
Mas como informado por diversos especialistas, a possibilidade disso acontecer era ínfima, e mesmo com o vulcão entrando em erupção na última semana, a emissão de lavas e cinzas parou na ilha espanhola. De acordo com autoridades locais, o rugido do vulcão 'Cumbre Vieja' diminuiu "consideravelmente" nas últimas horas.
"A atividade se reduziu consideravelmente nas últimas horas em La Palma", anunciou o Instituto de Geociências de Madrid, junto com um gráfico que mostrava a queda da atividade.
"Nas últimas horas, o tremor vulcânico quase desapareceu, assim como a atividade explosiva estromboliana [tipo de ação vulcânica que alterna erupções de lava e projeções explosivas, assim batizada em alusão ao vulcão da ilha de Stromboli, no sul da Itália]", afirmou o Instituto de Vulcanologia das Canárias (Involcan).
Perigoso para os mais próximos, a erupção do vulcão não deixou vítimas, mas causou graves danos materiais. Também forçou o deslocamento de mais de 6 mil pessoas, que tiveram de deixar suas casas.
De acordo com a AFP, Os fluxos incandescentes de magma cinza e laranja engoliram quase 500 edifícios. A lava já cobre mais de 212 hectares.
Tsunami na Bahia
O vulcão na Espanha entrou em erupção no dia 19 de agosto após ficar mais de uma semana em nível de alerta. Mas desde o primeiro momento, a Defesa Civil de Salvador tratou a possibilidade de qualquer fenômeno na capital baiana como ínfima. Outras duas erupções anteriores do 'Cumbre Vieja' ocorreram em 1949 e 1971.
Segundo especialistas ouvidos pela Defesa Civil de Salvador, Codesal, a suposição não tem base científica. Segundo o titular do departamento de Oceanografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, professor José Maria Landim Domiguez, o possível tsunami não passa de especulação, pois a atividade vulcânica não gera o fenômeno, mas sim o deslocamento do solo.
"Para que ocorresse um tsunami de grande magnitude, isso no pior dos cenários, seria necessário que, em função da atividade vulcânica, parte do arquipélago escorregasse para o mar, o que geraria uma onda de grandes proporções que se propagaria para o oceano", explicou.
Já o meteorologista da Codesal, Giuliano Carlos Nascimento, explica que a ocorrência de tsunamis tem relação com o deslocamento de placas tectônicas, sendo que não há condições propícias para o fenômeno, caso ocorra, atinja Salvador. De acordo com ele, os países latino-americanos, situados na costa do Oceano Pacífico, a exemplo do Chile, têm maior probabilidade de serem atingidos pelo fenômeno.
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