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04/11/2024 às 17:21 | Autor: AFP

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Trump queima seus últimos cartuchos eleitorais com ameaças ao México

Como costuma fazer, o magnata criticou a migração ilegal

Donald Trump e J.D. Vance, candidatos a presidente e vice-presidente pelo partido republicano, respectivamente
Donald Trump e J.D. Vance, candidatos a presidente e vice-presidente pelo partido republicano, respectivamente -

Donald Trump ameaçou, nesta segunda-feira (4), impor tarifas de 25% ao México se não frear a entrada de migrantes, nas últimas horas de campanha para eleições muito acirradas contra Kamala Harris que deixam o mundo em suspense.

"Se conseguirmos fazer com que todos votem, não haverá nada que eles possam fazer", afirmou o ex-presidente republicano em um comício na Carolina do Norte nesta segunda-feira.

Como costuma fazer, o magnata criticou a migração ilegal.

Ele disse que, se vencer, informará à presidente mexicana, a esquerdista Claudia Sheinbaum, que vai impor "imediatamente uma tarifa de 25% a tudo o que enviarem aos Estados Unidos" se não interromperem o que classificou de "investida de criminosos e drogas" pela fronteira.

O México "se tornou nosso parceiro comercial número um e eles estão nos enganando a torto e a direito, é ridículo", opinou. Se 25% não derem resultado, "vou impor 50% e, se isso não funcionar, 75%", advertiu.

O republicano também fará comícios em Michigan e na Pensilvânia, estado onde sua adversária, a vice-presidente Kamala Harris, concentrará todos os seus esforços, concluindo na Filadélfia com convidados especiais como Lady Gaga e Ricky Martin.

Com 19 votos no Colégio Eleitoral em jogo, a Pensilvânia é o mais importante dos sete estados em que nenhum partido tem o voto garantido.

Os dois aproveitam as últimas horas para tentar desempatar as pesquisas em um pleito no qual quase 80 milhões de pessoas votaram antecipadamente.

'Está demitida!'

Nunca antes os Estados Unidos tiveram que escolher entre dois candidatos tão diferentes. O ex-presidente intensificou sua retórica violenta em busca de um segundo mandato.

Em uma campanha cheia de contratempos, incluindo duas tentativas de assassinato contra Trump e a desistência do presidente Joe Biden, Kamala entrou em cena tardiamente.

A ex-procuradora-geral da Califórnia espera que a defesa do direito ao aborto lhe abra as portas da Casa Branca.

Trump confia em seu discurso contra os imigrantes e a inflação, com uma campanha que não poupou golpes contra seus rivais, inclusive classificando-os de "inimigo interno".

"Kamala, você está demitida, saia!", repetiu ele nesta segunda.

Medo do caos

O republicano voltou a mencionar uma possível fraude eleitoral, o que suscita temores de que não reconheça o resultado em caso de derrota, como fez em 2020 após ser superado por Biden.

A equipe de campanha de Kamala "prevê totalmente" que o republicano vai se declarar vencedor antes da hora.

É um "sinal de fraqueza e de medo de perder", declarou nesta segunda Ian Sams, porta-voz da democrata. "Não vai funcionar", advertiu.

Há também preocupação com a segurança das pessoas que vão trabalhar nas seções eleitorais.

Alguns funcionários eleitorais receberam botões de pânico para alertar rapidamente as autoridades em caso de emergência. Pelo menos dois estados, Nevada e Washington, colocaram a Guarda Nacional em alerta em caso de distúrbios.

Os dois candidatos contam com apoiadores de peso na campanha.

Trump tem a seu lado o homem mais rico do mundo, Elon Musk, e seus polêmicos sorteios de um milhão de dólares por dia (5,8 milhões de reais) para eleitores registrados. Já Kamala conta com o apoio do ex-presidente Barack Obama e de sua esposa Michelle.

Biden, por sua vez, tem falado pouco desde a gafe na qual se referiu aos apoiadores de Trump como "lixo".

O mundo acompanha com nervosismo as eleições na superpotência mundial, principalmente devido às suas repercussões no Oriente Médio e na guerra na Ucrânia, mas também devido aos efeitos comerciais das promessas de maior protecionismo em relação a México e China.

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