EUROPA
UE vota em eleições que podem dar um impulso à extrema direita
Na Itália, o pleito começou no sábado, mas as urnas serão fechadas no domingo à tarde
Por AFP
As eleições para a renovar o Parlamento Europeu vivem neste domingo, 9, seus centros de votação pela manhã. Na Itália, o pleito começou no sábado, mas as urnas serão fechadas no domingo à tarde.
Na França, as projeções ao meio-dia local indicavam um nível de participação em torno dos 19,81%, ligeiramente acima dos 19,26% registrados neste mesmo horário nas eleições de 2019.
A Alemanha é o país que irá eleger o maior número de eurodeputados, com 96, seguida de França (81), Itália (76) e Espanha (61). Malta, Luxemburgo e Chipre escolherão seis cada.
As projeções em toda a UE indicam que o bloco do Partido Popular Europeu (PPE, direita) continuará tendo uma presença mais forte no Parlamento, seguido pelo grupo Socialistas e Democratas (S&D, social-democratas).
Entretanto, o bloco Renovar Europa (Renew, centristas e liberais) deverá continuar a ser o terceiro mais importante, apesar do avanço da direita e da extrema direita.
As pesquisas indicam que as agremiações de extrema direita podem obter até um quarto dos assentos, ameaçando até mesmo a bancada dos Verdes.
A família política da extrema direita está dividida em dois blocos, mas uma demonstração clara de força os posicionaria como interlocutores indispensáveis no processo de tomada de decisões.
De um lado, há o bloco dos Conservadores e Reformistas (ECR) e, do outro, o da Identidade e Democracia (ID), separados por sua posição em relação à própria UE.
O resultado deste domingo redefinirá o mapa político do bloco para os próximos cinco anos, no momento em que enfrenta questões como a guerra na Ucrânia e negociações comerciais.
A atual presidente da Comissão e candidata a um novo mandato de cinco anos, a alemã Ursula von der Leyen, do PPE, votou pela manhã na localidade de Burgdorf, na Baixa Saxônia, acompanhada por seu marido.
Von der Leyen abriu as portas para alianças pontuais com o grupo da primeira-ministra de extrema direita da Itália, Giorgia Meloni.
Campanha acirrada na Espanha
Com seus 38 milhões de cidadãos com direito a voto, a Espanha elegerá 61 dos 720 eurodeputados, sendo o quarto país com mais assentos.
O apoio dos espanhóis à UE permanece alto - 67% são favoráveis, segundo a última pesquisa do Eurobarômetro - talvez porque associem a modernização do país após a ditadura franquista (1939-1975) à adesão ao bloco.
A Espanha teve eleições municipais, regionais, nacionais e agora europeias em pouco mais de um ano, e cada uma tem um sabor de revanche da anterior, entre os socialistas do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e os conservadores do Partido Popular (PP), liderado por Alberto Núñez Feijóo.
A campanha foi muito acirrada e foi dominada pela investigação judicial sobre suposta corrupção e tráfico de influência da esposa de Sánchez, Begoña Gómez, cujo depoimento está marcado para 5 de julho.
"É importante que com nosso voto decidamos se queremos uma Europa que avance ou uma Europa que retroceda. E espero que seja o primeiro, antes do segundo", disse Sánchez após votar.
Na França, pesquisas indicam que o partido de extrema direita Rassemblement National (Reagrupamento Nacional, RN), de Marine Le Pen, pode derrotar a aliança de centro-direita do presidente Emmanuel Macron.
Por sua vez, na Alemanha, o partido de extrema direita AfD pode conquistar cerca de 14% dos votos, em paridade com os Verdes e atrás dos democratas-cristãos.
Outro país onde a extrema direita pode ter um resultado sólido é a Hungria.
"Espero que dessas eleições saia uma maioria favorável à paz", declarou o primeiro-ministro, o nacionalista Viktor Orban, após votar em Budapeste.
Ferenc Hamori, um professor de Educação Física que votou na periferia da capital húngara, disse que o país funcionaria muito melhor se tivesse mais líderes como Orban.
O partido do premiê, Fidesz, tem cerca de 50% das intenções de voto, e em segundo lugar está a formação de oposição Tisza, com cerca de 27%.
Na Polônia, o médico Andrzej Zemiejewski, de 51 anos, disse após votar em Varsóvia que sua preocupação mais urgente era o reforço "da segurança", dada a proximidade de seu país com o cenário da guerra entre Rússia e Ucrânia.
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