MANIFESTAÇÃO
Vencedora do Oscar, Taraneh Alidoosti é presa no Irã
Irã tem sido abalado por protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, depois de ser presa pela polícia local
Autoridades iranianas prenderam uma das mais famosas atrizes do país, a vencedora do Orcas de melhor filme de lígua estrangeira em 2017, Taraneh Alidoosti. A atriz foi acusada de espalhar falsidades sobre manifestações que ocorrem desde setembro no país. As informações foram divulgadas pelos veículos de mídia estatais neste sábado, 17.
Taraneh foi detida depois de compartilhar na rede social Instagram uma mensagem expressando sua solidariedade em relação ao homem que foi executado no começo de dezembro por crimes alegadamente cometidos durante os protestos no país.
"O seu nome era Mohsen Shekari. Cada organização internacional que assiste a este derramamento de sangue e não age é uma vergonha para a humanidade", escreveu a atriz, na mensagem publicada na sua conta no Instagram.
De acordo com a mídia estatal iraniana, Alidoosti foi presa por não ter apresentado "nenhum documento que comprovasse as suas denúncias".
Shekari foi executado em 8 de dezembro, após ter sido acusado por um tribunal iraniano de bloquear uma rua em Teerã e por ter atacado, segundo as autoridades, um membro das forças de segurança com uma faca.
Protestos
O Irã foi abalado por fortes protestos após a morte Mahsa Amini, uma jovem iraniana de 22 anos, que foi detida pela chamada polícia da moralidade, por supostamente não usar o véu islâmico de forma adequada, desrespeitando o rigoroso código de vestuário feminino. O caso aconteceu no dia 16 de setembro.
Desde então, os protestos se transformaram em um dos mais sérios desafios ao regime teocrata do Irã, instalado pela Revolução Islâmica de 1979.
De acordo com o DW, Hengameh Ghaziani e Katayoun Riahi, famosas atrizes do Irã, também foram presas pelas autoridades por expressarem solidariedade com os manifestantes, em mensagens nas redes sociais, mas já sido libertadas.
Em cerca de três meses de protestos, que têm sido fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15 mil foram detidas, segundo a organização não governamental Iran Human Rights.
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