SUSTENTABILIDADE
Energias renováveis impulsionam setor industrial baiano
Empreendimentos de energias limpas, como eólica e solar, recebem investimentos de R$ 13 bilhões, sendo R$ 2 bilhões para pesquisa e desenvolvimento
O investimento no setor de Energias Renováveis – estimado em cerca de R$ 13 bilhões, sendo R$ 2 bilhões somente para pesquisa e desenvolvimento – deverá causar grandes impactos na indústria baiana em 2025, segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), com ênfase na produção de diesel e querosene verdes da empresa Acelen. Outro destaque no setor, para o próximo ano, são os carros elétricos da empresa chinesa Build Your Dreams (BYD), que investirá R$ 5,5 bilhões na implantação de fábrica, na Região Metropolitana de Salvador.
Cada vez mais presente nas indústrias que buscam uma produção com menor impacto ao meio ambiente, o setor de Energias Renováveis segue “com boas perspectivas de investimentos na geração de energias eólica e solar, que ganharam ainda mais impulso com a aprovação e entrada em vigor da Lei do Combustível do Futuro, responsável pela criação dos programas nacionais de diesel verde de combustível sustentável para a aviação e de biometano”, como ressalta o especialista em Desenvolvimento Industrial da Fieb, Danilo Peres.
Essa nova legislação, acredita, “fará com que toda a cadeia de produção de combustíveis renováveis seja alavancada, estando a Bahia em vantagem neste segmento”. Caso os recursos previstos em energias renováveis sejam concretizados, pontua o representante da Fieb, toda cadeia de refino será beneficiada já no próximo ano. “A grande aposta está na produção do SAF (Combustível Sustentável de Aviação), que será produzido a partir de recursos renováveis em um primeiro momento do óleo de soja e, em seguida, da macaúba”, diz.
Com a chegada da BYD para produzir e montar carros na Bahia, a expectativa do Governo do Estado é que sejam gerados mais de dez mil empregos, entre diretos e indiretos. Em uma visita técnica ao Complexo Industrial Automobilístico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, a CEO Américas e vice-presidente global da BYD, Stella Li, a montadora será munida de alta tecnologia. “Será uma das fábricas mais avançadas e modernas do mundo”, disse. Na primeira etapa, a fábrica irá abastecer o mercado automotivo com três modelos: o hatch Dolphin, o SUV Yuan Plus e o híbrido Song Plus.
A capacidade inicial prevista é de 150 mil unidades por ano. A segunda fase será dedicada à indústria química para processamento de lítio e ferro fosfato para beneficiamento e exportação de 100% da produção para a China. Na terceira e última etapa, o plano é fabricação de chassis para montagem e produção de ônibus e caminhões elétricos. “Trata-se de um setor portador de futuro, pois estima-se um mercado muito grande para os veículos elétricos no Brasil para os próximos anos. De qualquer forma, é necessário investir no encadeamento do segmento para que a produção da BYD possa superar a fase de montagem de produtos e passe a ser mais integrada à economia local”, opina Peres.
Habitação social
A indústria da construção civil também tem perspectivas favoráveis para 2025, com uma maior retomada da habitação de interesse social com o programa Minha Casa Minha Vida, de acordo com a Fieb. “Destaca-se como ponto de atenção o efeito da elevação da taxa de juros, que deve frear as vendas no mercado imobiliário. O setor também tem a expectativa de lançamentos de programas de aceleração de obras públicas, notadamente de obras de infraestrutura”, observa Peres. Segmentos tradicionais como Alimentos, Bebidas, Couros e Calçados, Têxteis, Vestuário e Informática, Eletrônicos e Ópticos e Móveis têm iguais perspectivas favoráveis, “com a recuperação do emprego e da renda, uma vez que são voltados para o consumidor final”.
Um ponto de atenção, para o próximo ano, ressalva o especialista da Fieb, está na Petroquímica, “que passa por um ciclo internacional prolongado de baixa e o mercado nacional está sendo inundado com importações”. Como medida atenuante, o governo federal aprovou, no último 18 de setembro, o aumento do imposto de importação de 30 produtos químicos, com elevação das tarifas para 20% por ano. “Nesse sentido, as perspectivas são melhores do que as deste ano, embora seja preciso trabalhar para melhorar as condições de competitividade”, pondera.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro