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MÚSICA

Clássico e inusitado: gaita protagoniza abertura da temporada da Osba

Sábado tem a Orquestra Sinfônica da Bahia com o gaitista convidado Gabriel Grossi

Por Maria Raquel Brito*

14/03/2025 - 7:00 h | Atualizada em 14/03/2025 - 12:03
Osba celebrará duas efemérides importantes da música clássica
Osba celebrará duas efemérides importantes da música clássica -

Desde 2009, celebra-se no Brasil o Dia Nacional da Música Clássica, em 5 de março. A data foi escolhida em homenagem ao aniversário de Heitor Villa-Lobos, maior nome da música clássica brasileira. Não teria mês mais simbólico que este para o início da Temporada 2025 da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba): no dia 15, a orquestra inicia oficialmente as atividades do ano com um concerto na Casa Salvatore.

Sob a regência do maestro e curador artístico Carlos Prazeres, a Osba celebrará duas efemérides importantes da música clássica: os 150 anos de nascimento do francês Maurice Ravel e os 50 anos de morte do russo Dmitri Shostakovich.

Os tributos acontecem através de apresentações das obras Abertura Festiva, Op.96, de Shostakovich e La Valse, Poème Chorégraphique, de Ravel. Além dessas, a programação conta com Danzón Nº 02, do mexicano Arturo Márquez (1950), e Concerto para Harmônica, do carioca Heitor Villa-Lobos (1887-1959).

A comemoração do Dia Nacional da Música Clássica e dos 138 anos desde o nascimento de Villa-Lobos será em grande estilo: o espetáculo terá como solista o brasiliense Gabriel Grossi, que fará um solo de gaita na homenagem ao compositor e maestro carioca.

Segundo Carlos Prazeres, o concerto celebra simultaneamente tradição e ousadia. “Nada mais simbólico do que reafirmar o papel da Osba como um dos grandes vetores de divulgação da música clássica na Bahia. O programa foi pensado justamente para evidenciar essa missão, trazendo tanto o Villa-Lobos – um dos maiores nomes da nossa música – quanto a inovação de incluir um instrumento pouco comum no universo sinfônico, a gaita. O concerto traz também a música de Ravel, que em 2025 completa 150 anos de existência! Ravel é um dos maiores gênios da história da música. E para celebrar a união das Américas em um momento tão tenso politicamente, escolhemos o Danzón nº 2 de Arturo Marquez, um genial compositor mexicano que se nos faz chorar com suas lindas e dançantes melodias”, afirma o maestro.

Casamento de sucesso

Quando pensamos em espetáculos de orquestras sinfônicas, a gaita – ou harmônica – não é o primeiro instrumento que nos vem à mente. Apesar de não ser comumente usada em formações sinfônicas, o casamento funciona muito bem. Villa-Lobos sabia bem disso: compôs Concerto para Harmônica sob encomenda para o gaitista norte-americano John Sebastian, tendo em vista as possibilidades do instrumento junto à orquestra.

“A gaita pode até não ser um instrumento comum em orquestras, mas no Concerto para Harmônica e Orquestra de Villa-Lobos, ela se encaixa com uma naturalidade impressionante. Isso mostra mais um lado genial do Villa, que sempre buscou novas sonoridades e diálogos entre o erudito e o popular. Ele não só trouxe a harmônica para o universo sinfônico, mas criou uma das obras mais importantes para esse instrumento, valorizando sua expressividade e capacidade melódica. É fascinante ver como a gaita se mistura com os timbres da orquestra, criando momentos de lirismo e intensidade únicos”, diz Prazeres.

A composição já é familiar para Gabriel Grossi. Ele a descobriu através do falecido maestro italiano Silvio Barbato, de quem era grande amigo, e hoje a apresenta com frequência. “[Barbato] me falou para estudar isso. É um concerto escrito de uma forma muito clássica, tradicional, justamente para colocar o instrumento no mundo sinfônico. Foi uma peça escrita que quebrou paradigmas e rompeu vários preconceitos nesse sentido de colocar a gaita no seu devido lugar, que é onde ela quiser estar, na verdade. (...) Além de ser uma peça extremamente importante para a história do meu instrumento, ela foi escrita pelo cara que é simplesmente o pai da música brasileira”, defende Grossi.

Através da gaita, Gabriel Grossi transita entre o clássico e o popular, com trabalhos reconhecidos no Brasil e no exterior. Em 2014, ele dedicou a Villa-Lobos o disco Villa-Lobos Popular, ao lado do pianista paulista Amilton Godoy. Em seu trabalho, Grossi traduz as nuances da obra do renomado compositor carioca.

Segundo o maestro Carlos Prazeres, que define Grossi como um dos maiores gaitistas do mundo, trabalhar com o gaitista é sempre um prazer. “Eu tive a felicidade de regê-lo em 2021, num concerto com a Petrobras Sinfônica, e foi uma experiência memorável. Depois nos encontramos novamente em Campinas com a Sinfônica de lá, da qual também sou diretor artístico. Agora, poder trazer essa parceria para a Osba é algo muito especial. Além da técnica impecável, o Gabriel traz uma entrega emocional enorme para a obra. É um artista que entende o Villa-Lobos profundamente e consegue dar uma interpretação ao mesmo tempo respeitosa e inovadora”.

Para a parceria que finalmente chega ao palco baiano, as expectativas de Grossi e de Prazeres são as melhores possíveis. Convidando o público para assistir ao espetáculo, o gaitista afirma que o concerto, além de ter uma beleza excepcional, explora ao máximo as possibilidades da gaita, sendo uma chance de conhecer uma faceta diferente de Villa-Lobos.

“Eu tenho certeza que vai ser maravilhoso e inesquecível, porque a música realmente tem o poder de transformar nossas vidas. E são momentos assim, em que a gente se dedica e tem essa troca com o público, que realmente fazem as coisas ficarem melhores na nossa vida”, diz.

No próximo dia 21, a Osba e Gabriel Grossi se encontram novamente, dessa vez no Teatro L’Occitane, em Trancoso, para o Festival Música em Trancoso.

Na ocasião, em que também celebram a obra de Villa-Lobos, participam as cantoras de ópera Maria Carla Pino e Josy Santos. Também haverá no festival uma homenagem aos 150 anos de nascimento de Maurice Ravel, momento em que sua Valsa dará o tom das celebrações, como descreve Prazeres.

Abertura da Temporada 2025 da Orquestra Sinfônica da Bahia / Sábado (15), 20h / Casa Salvatore (Cabula) / R$ 40 e R$ 20 / Vendas: Sympla

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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