CONFIRA
OSBA presta homenagem a Mãe Stella de Oxóssi com concerto "Odé Nfè"
A orquestra interpretará obras de compositores baianos e cânticos litúrgicos do candomblé
Por Redação

A Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) celebra o centenário de nascimento de Maria Stella de Azevedo Santos (1925–2018), a Mãe Stella de Oxóssi, com o concerto “Odé Nfè”, neste domingo, 4 de maio, às 11h, no Cine Teatro Solar Boa Vista, no Engenho Velho de Brotas.
Os ingressos estarão disponíveis a partir desta terça-feira, 29, às 14h, na plataforma Sympla, com valores de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Sob a regência do maestro Carlos Prazeres, a apresentação terá como destaque a soprano Irma Ferreira e contará com a participação especial de alabês de terreiros de grande tradição na Bahia: Adriano Azevedo (Ilê Axé Opó Afonjá), Antônio Marques (Ilê Axé Iyá Nassô Oká), Totó Cruz (Pilão de Prata) e Valmir Christiano (Ilê Axé Iyá Nassô Oká).
O programa propõe um diálogo entre a música de concerto e a liturgia do Candomblé, reunindo obras de compositores baianos como Paulo Costa Lima, Damião Barbosa de Araújo, Lindembergue Cardoso e Domingos da Rocha Mussurunga.
Cantigas litúrgicas também integrarão a apresentação, interpretadas em conjunto pela orquestra e pelos atabaques dos terreiros. Para encerrar, será executada uma versão sinfônica de “O Ouro e a Madeira”, sucesso do sambista baiano Ederaldo Gentil, música que era especialmente querida por Mãe Stella.
O concerto “Odé Nfè” — que em iorubá significa “Oxóssi deseja” — nasceu do desejo de um grupo de amigos de Mãe Stella, idealizado pela produtora cultural Iasnaia Lima e pela escritora Cléo Agbeni Martins, filha de santo da ialorixá e parceira em diversas iniciativas culturais e sociais.
“Queríamos uma celebração marcada pelo afeto, pela alegria e pela amizade — refletindo as múltiplas frentes em que Mãe Stella atuou”, explica Iasnaia Lima. A iniciativa tem ainda a bênção de Mãe Ana de Xangô, atual liderança do Ilê Axé Opó Afonjá.
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Além do concerto, o grupo organiza também o evento "Cartas para Mãe Stella", um seminário que será realizado no sábado, 3 de maio, a partir das 10h, no Forte da Capoeira, no Largo de Santo Antônio Além do Carmo. A programação inclui mesas de diálogo, trocas de saberes e apresentação musical do duo "Letra e Canção".
Para o maestro Carlos Prazeres, a homenagem reafirma o compromisso da OSBA com as raízes e a diversidade cultural da Bahia:
“Mãe Stella foi um símbolo de sabedoria, resistência e diálogo. Escolhemos um programa que criasse espaços de escuta, de reverência, de contemplação. São obras que dialogam com o sagrado, traçando um paralelo entre dois mundos tão distintos e complementares”, afirma
Quem foi Mãe Stella de Oxóssi
Nascida em 2 de maio de 1925, em Salvador, Maria Stella de Azevedo Santos foi uma das maiores referências da cultura afro-brasileira. Enfermeira de formação, foi a quinta ialorixá do Ilê Axé Opó Afonjá, um dos mais respeitados terreiros de Candomblé da Bahia. Também se destacou como escritora e pesquisadora, levando o saber ancestral a novos públicos e espaços.
Reconhecida por sua atuação, foi eleita em 2013 para a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia e recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em 2009.
Serviços
04/MAIO (DOM) - OSBA EM: ODÉ NFÈ - HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DE MÃE STELLA DE OXÓSSI
Horário: 11h
Local: Cine Teatro Solar Boa Vista, no Engenho Velho de Brotas
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); vendas a partir das 14h desta terça-feira (29/04) pela Sympla
Regência: Carlos Prazeres
Solista: Irma Ferreira (soprano)
Participações: Adriano Azevedo, Antônio Marques, Totó Cruz e Valmir Christiano (alabês).
Programa:
DAMIÃO BARBOSA DE ARAÚJO – Abertura Nº 6
DOMINGOS DA ROCHA MUSSURUNGA – As Belas Bahianas: Quadrilha de contradanças
LINDEMBERGUE CARDOSO – Ritual, Op.103
PAULO COSTA LIMA – Alá (O manto branco de Oxalá na Festa do Bonfim)
DOMÍNIO PÚBLICO – Cântico litúrgico de Oyá (Tradição Ketu) (Arr. Orquestral: Luciano Calazans)
DOMÍNIO PÚBLICO – Cântico litúrgico de Odé (Tradição Ketu) (Arr. Orquestral: Luciano Calazans)
EDERALDO GENTIL – O ouro e a madeira (Arr. Orquestral: Fred Dantas)
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