MÚSICA
Vocalista da Black Sabbath, Ozzy Osbourne morre aos 76 anos
Notícia chega semanas após o cantor britânico realizar um show histórico de despedida
Por Redação

O mundo do rock se despede de uma de suas figuras mais icônicas: Ozzy Osbourne morreu nesta terça-feira, 22, aos 76 anos. A notícia chega semanas após o cantor britânico realizar um show histórico de despedida em sua cidade natal, Birmingham, na Inglaterra, ao lado dos outros três membros fundadores do Black Sabbath.
Conhecido mundialmente como o "Príncipe das Trevas", John Michael Osbourne nasceu em uma das cidades mais industriais do Reino Unido e se tornou uma presença global com sua presença de palco eletrizante, sua voz inconfundível e sua irreverência fora dos palcos.
Homenagem da família
Em homenagem ao seu "amado" Ozzy, sua família disse que a lenda da música estava cercada de amor quando morreu.
“ É com maistristeza do que meras palavras podem expressar que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã .
Último ato: um tributo comovente
O concerto de despedida, realizado em 5 de julho, reuniu mais de 50 mil pessoas no estádio Villa Park e foi transmitido ao vivo por uma plataforma online paga para milhares de fãs ao redor do mundo.
O show também foi marcado por um reencontro histórico: pela vez desde 2005, Ozzy se reuniu pela primeira vez com o guitarrista Tony Iommi, o baixista Terence “Geezer” Butler e o baterista Bill Ward, os outros três membros originais do Black Sabbath, sua banda revolucionária dos anos 1970, para um set de quatro músicas.
“O Metallica está imensamente grato por ter sido convidado para estar aqui, ver os rostos lindos de vocês todos e celebrar a banda Black Sabbath, porque sem eles não permaneceram o Metallica”, disse James Hetfield, guitarrista e vocalista do Metallica, ao contemplar a multidão no Villa Park.
O espetáculo, que durou mais de cinco horas, também contou com apresentações de bandas como Metallica, Slayer, Pantera, Gojira, Halestorm, Alice in Chains, Lamb of God, Anthrax e Mastodon.

Intitulado Back to the Beginning, o evento arrecadou mais de 200 milhões de dólares e tornou-se o show beneficente mais lucrativo da história, ultrapassando o festival FireAid, que havia arrecadado 100 milhões. O dinheiro será dividido entre três instituições que marcaram a vida do cantor: o Hospital Infantil de Birmingham, o Asilo Infantil Acorn e a fundação Cure Parkinson's.
Os bastidores dessa noite serão revelados em breve no documentário Ozzy Osbourne: No Escape From Now, que estreia pelo serviço de streaming Paramount+ ainda este ano.
Passagem no Brasil
O último show de Ozzy Osbourne no Brasil ocorreu em 20 de maio de 2018, na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro, como parte da turnê "No More Tours 2" da Univates. Essa turnê também passou por São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte. O show no Rio foi, até o momento, a última apresentação dele no país.
Além disso, em 2016, Ozzy esteve no Brasil com a turnê de despedida do Black Sabbath.
Problemas de saúde
O evento foi concebido como uma homenagem e também como a despedida de Osbourne, que se levou das apresentações ao vivo devido a problemas de saúde, incluindo mal de Parkinson e enfisema.
Grammy pelos trabalhos Patient Number 9 e o single Degradation Rules, parceria com o guitarrista Tony Iommi, do Black Sabbath. No entanto, o seu estado físico já o impede de manter a rotina de turnês e ele precisa cancelar compromissos para não estar mais "fisicamente capaz" de viajar.
A fragilidade se intensificou após um acidente doméstico em 2019, que resultou em uma lesão na coluna e uma cirurgia no pescoço. No mesmo ano, Ozzy foi relatado com o tipo Parkin 2, uma forma mais branda, porém degenerativa, de Parkinson. A notícia foi revelada ao público em 2020, em uma entrevista emocionada ao lado de sua esposa Sharon Osbourne.
Na ocasião, o cantor relatou dormência no braço e dificuldade nas pernas, sintomas que afetavam diretamente sua mobilidade. Sharon explicou que, embora o diagnóstico não fosse uma sentença de morte, a condição comprometia os nervos e gerava dias imprevisíveis de bem-estar. Ainda assim, Ozzy continua lutando contra a doença com tratamentos e medicamentos, mantendo-se próximo do público até seus últimos momentos.
Um legado imortal

Ozzy Osbourne, líder do Black Sabbath nas décadas de 1970 e 1980, é um dos maiores nomes da história do heavy metal. Após deixar a banda em 1978 devido ao abuso de drogas, conheceu Sharon Arden, com quem se casou em 1982 e teve três filhos. Seu álbum solo de estreia, Blizzard of Ozz (1980), trouxe o hit Crazy Train e se tornou multiplatina.
Apesar de ter anunciado sua aposentadoria em 1992, Ozzy voltou aos palcos com o festival Ozzfest, idealizado com Sharon. Reuniu-se ao Black Sabbath em 1999, com quem ganhou dois prêmios Grammy — em 2000, por Iron Man, e em 2013, por God Is Dead?.
Nos anos 2000, tornou-se celebridade mundial com o reality The Osbournes, da MTV, ao lado da família. O programa impulsionou a carreira de seus filhos e consolidou Sharon como personalidade da TV. A família ainda estrelou outros programas, como The Osbournes Want to Believe e Night of Terror.
Em 2006, Ozzy e o Black Sabbath foram incluídos no Hall da Fama do Rock and Roll. O artista lançou lançamentos solo nas décadas seguintes, como Black Rain (2007), Scream (2010) e Ordinary Man (2020). Sua trajetória foi marcada por superações, reinvenções e uma presença constante na cultura pop.
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