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VIOLÊNCIA

Leandro Lo:PC-SP fará reconstituição de crime a pedido da defesa de PM

PM Henrique Otávio de Oliveira Velozo foi preso após atirar em Leandro Lo durante um show, em SP.

Por Da Redação

21/08/2022 - 13:56 h
Lutador Leandro Lo e o PM Henrique Velozo
Lutador Leandro Lo e o PM Henrique Velozo -

A Polícia Civil de São Paulo aceitou o pedido da defesa do policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo, que foi preso após matar o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo durante um show no Clube Sírio, em São Paulo, e irá realizar a reconstituição do crime. A reprodução simulada deve acontecer no início da próxima semana.

A defesa do PM informou ao portal G1 que o pedido da reconstituição foi autorizado, mas ainda está sem data marcada para ocorrer.

Leandro Lo morreu em 7 de agosto após ser baleado na cabeça. Velozo se entregou à Corregedoria e está detido no presídio militar Romão Gomes por homicídio doloso por motivo fútil.

Defesa alega que PM agiu em legítima defesa

A defesa do policial militar afirmou ao G1 em 15 de agosto que o oficial agiu por "defesa" depois que foi cercado por seis lutadores. Os advogados de Velozo alegam também que ele foi cercado por outros seis lutadores e, por isso, reagiu.

"Requer ainda, seja realizado exame complementar de alcoolemia da vítima e no que se refere ao exame toxicólogo já determinado por Vossa Senhoria, requer seja especificada a pesquisa laboratorial para anfetaminas, codeínas, metanfetaminas, ecstasy, EPO (doping sanguíneo), heroína, morfina, cocaína, crack, hGH (hormônios de crescimento), S1 (anabolizantes) e S6 (estimulantes)", diz um trecho da petição.

"Vamos indicar assistentes técnicos que acompanharão as análises periciais e apresentarão quesitos técnicos a serem respondidos pelo Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal. Tudo deve ser apurado e cada um responderá por suas responsabilidades", disse Dalledone.

Dalledone afirmou que uma rede social no aparelho celular entregue pelo PM à investigação estaria sendo acessada e modificada. O advogado pediu para que o aparelho seja restituído à família e que sejam apuradas possíveis práticas abusivas.

Em nota, a Polícia Militar informou que nenhum interno do Presídio Militar Romão Gomes (PMRG), bem como os visitantes e advogados, possui permissão de uso de aparelhos telefônicos e que o celular do policial foi apreendido no momento do registro e encaminhado ao Instituto de Criminalística (IC).

"O aparelho está protegido por senha de acesso, a qual não foi fornecida pelo investigado, portanto, o mesmo não foi acessado nem utilizado."

Tiro

O advogado da família de Leandro, Ivan Siqueira Junior, ressalta que o lutador teve uma discussão com o policial e, para acalmar a situação, imobilizou o homem. Após se afastar, o agressor sacou uma arma, atirou uma vez na cabeça do lutador e deu dois chutes em Leandro antes de fugir. Pouca gente ouviu o barulho do tiro porque o som estava alto em função do show.

Segundo outro advogado da família, Adriano Salles, a versão que será reconstituída é a que traz o tenente provocando Leandro Lo em diversas oportunidades. "A versão das testemunhas é o que temos: as provocações do policial começaram quando ele passou a entregar copos vazios ao Leandro, como se ele fosse garçom e tivesse de retirá-los. Depois, pegou a garrafa de bebida da mesa deles", contou ao Uol.

Leandro Lo foi campeão mundial de jiu-jítsu por oito vezes. A última conquista, na categoria meio-pesado, foi em 2022; a primeira, em 2012, na categoria peso-leve. Lo iria disputar nos Estados Unidos mais um campeonato nos próximos dias, com outros quatro lutadores, segundo um amigo relatou ao G1.

Boate e motel

Câmeras de segurança mostram o PM Velozo na recepção de uma boate em Moema, também na Zona Sul, instantes depois de ter assassinado Lo, a pouco mais de dois quilômetros dali. Na boate, o PM parece ter consumido uma garrafa de uísque, duas águas de coco, duas latas de energético e duas doses de gin, de acordo com a comanda, totalizando quase R$ 1,6 mil.

Uma hora e 59 minutos depois, a mesma câmera registrou a saída de Veloso, mas desta vez acompanhado por uma mulher que, segundo o delegado, é uma garota de programa. Depois, eles foram para um motel, em Pinheiros, na Zona Oeste da cidade. Eles chegaram por volta das 5h40 de segunda-feira (8) e só saíram às 16h26.

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