OLHAR RUBRO-NEGRO
A missão de formar um time
Por Jornalista l [email protected]
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O Vitória retornou da miniexcursão de dois jogos como visitante com algumas certezas e muitas dúvidas. A derrota pesada para o Botafogo-PB e a vitória sobre o Luziânia-GO foram marcadas por atuações que deixaram a desejar, refreando um pouco o ímpeto da torcida por conta das boas contratações realizadas para esta temporada. É certo que ainda é cedo para cobrar que o aglomerado de reforços atue como um time de fato, mas a paciência e o crédito para com os comandados de Argel não são ilimitados.
A constatação de que ainda vai demorar para a qualidade técnica dos reforços se congregar em forma de um time harmônico em campo está no rol das certezas trazidas da Paraíba e de Goiás. Com seus compartimentos espaçados e fazendo uma força imensa para jogar, a equipe não atua como tal. A ligação direta, tão criticada no ano passado, segue ditando o ritmo muitas vezes. Se ainda existissem jogadores vocacionados a brigar pela segunda bola ou fazer o papel de pivô, vá lá. Porém, não é o caso.
Com a qualidade técnica dos meias trazidos, o jogo deveria fluir mais suavemente por aquele setor, fazendo a bola chegar com naturalidade ao ataque. Mas esse ideal perseguido permanece utópico, à espera do melhor condicionamento físico de nomes como Dátolo, além do gradual ganho de entrosamento. Por ora, esse trabalho de condução da bola vem sendo feito pelos volantes, Willian Farias e Uillian Correia, o que acaba comprometendo a proteção da tão criticada zaga.
Ainda no campo das certezas está a reprovação dos laterais, de quem não se espera muito em termos de evolução, salvo metamorfose espantosa. Pelo lado direito, contamos com Norberto, frequentador assíduo do departamento médico, o volante de origem Leandro Salino, queimado na derrota em João Pessoa, e o prata da casa Cedric, em fase de maturação. Na esquerda, temos Gefferson, improdutivo no apoio e na marcação, e Euller, que veste a farda de polivalente, por atuar também na meia, mas paga o preço de não se firmar em ambas as posições. Em resumo: com o que tem, não dá.
Exigência maior
Outra certeza é que estão por vir, em breve, adversários mais qualificados que os enfrentados nas três competições paralelas disputadas pelo Rubro-Negro. Portanto, o nível de exigência será maior Alguns times costumam render mais quando se deparam com desafios mais palpitantes. Jogadores são levados ao seu limite e fazem despontar qualidades latentes. Outros, no entanto, sucumbem ante a própria limitação, que se evidencia ao confrontarem uma superioridade imbatível. Em qual perfil se encaixará esse Vitória?
Mais uma dúvida é saber se Argel conseguirá extrair o melhor de seu grupo antes do vulcão de críticas entrar em erupção. Por enquanto, nas resenhas e arquibancadas da vida, só há sinais de fumaça, quase todos indicando que o Vitória teria muito elenco para pouco treinador.
Argel já fez alguns bons trabalhos na carreira, incluindo aquele que nos salvou do rebaixamento para a Série B. Reconheçamos que ele tirou o time da apatia vivida na gestão de Mancini. Mas é preciso o algo mais em termos táticos em campo, porque, aos meus olhos de mero apreciador do bom futebol, ainda não consegui enxergar algo que me faça cravar: “ali tem o dedo do técnico”. Creio ser pensamento majoritário entre os rubro-negros.
Saudações Rubro-Negras, hoje e sempre!
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