OLHAR RUBRO-NEGRO
Bom na teoria, ruim na prática
Por Jornalista l [email protected]

A temporada 2017 segue com o Vitória no modo ‘bonitinho, mas ordinário’ no que se refere ao futebol. Como os resultados positivos estão chegando, o time aparece bonito na tabela das competições que disputa. Líder de seu grupo na Copa Nordeste, líder isolado e com uma partida a menos no Campeonato Baiano e garantido na terceira fase da Copa do Brasil. No entanto, a qualidade de jogo ainda deixa muito a desejar.
O técnico Argel tem a seu favor justamente o pragmatismo dos resultados. Falando apenas em números, o saldo positivo é incontestável. Incluindo o amistoso da abertura do ano, são nove triunfos em dez partidas. Como atenuante do futebol pouco agradável, o treinador conta com o escasso tempo de trabalho e o fato de ainda estar moldando uma equipe bastante reformulada. Fazer um grupo quase todo novo dar liga, de fato, não é fácil.
Mas as possibilidades de desculpa parecem não comover a torcida, que não poupa críticas ao desempenho rubro-negro e de seu treinador. Mesmo após a classificação para a fase seguinte da Copa do Brasil, as vaias ecoaram no Barradão. Às portas de março, o Leão joga de forma pobre e deixa no ar a sensação de que vem vencendo muito por conta da fraqueza de seus adversários. A chance de o caldo entornar quando se deparar com gente mais graúda parece clara.
É louvável o ser humano acreditar em suas convicções. Mais digno ainda de aplausos, por outro lado, é reformular o modo de pensar quando se verifica que uma linha de ação não está funcionando. Argel vem insistindo num esquema de jogo com meio de campo pouco povoado e uma linha ofensiva com dois atacantes abertos nas pontas e um homem centralizado. Pode estar dando certo se pensarmos apenas no resultado, mas não agrada no rendimento. Os triunfos, na maioria dos jogos, estão sendo obtidos na conta do chá.
Contra o Bragantino, Argel tem certa razão ao culpar a arbitragem pelo fato de a classificação nascer na base do sofrimento. Com placar em 3 a 1, o Vitória teve um gol mal anulado, deixando de abrir vantagem definitiva àquela altura da partida. Sem dúvida, mudou o rumo do confronto, num esporte em que o aspecto psicológico conta bastante. O segundo gol dos paulistas transformou em drama um duelo que se encaminhava tranquilo.
Mas erros de arbitragem são comuns no futebol e devem estar no planejamento de qualquer equipe. Para minimizar os danos por eventuais falhas, um time deve se impor e jogar um futebol que lhe garanta alcançar seus objetivos. Ainda mais quando um time da Série A atua em casa, diante de um adversário da Série C.
Liderança
De positivo, além da classificação para a fase posterior do torneio nacional, ficou mais uma demonstração de liderança do capitão Willian Farias. De longe, ele é o mais respeitado pela torcida, não só pelo futebol, mas também pelas atitudes e declarações.
No fim da Série A do ano passado, foi de uma franqueza incomum na profissão, ao afirmar que o elenco montado servia apenas para lutar contra a queda. No último jogo, na saída de campo, passou um sabão nos colegas de time por conta do descontrole emocional de alguns após o segundo gol do Bragantino.
Na fase anterior da competição, já havia gostado de sua postura no final do jogo em Luziânia, que assisti no estádio. Foi ele quem praticamente puxou pelos braços os companheiros que caminhavam apressadamente aos vestiários, sem sequer acenar para os torcedores que se deslocaram do Distrito Federal, Minas Gerais e até da Bahia para ver a estreia do Leão no interior goiano. Assim agem verdadeiros capitães e líderes.
Saudações Rubro-Negras, hoje e sempre!
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