OLHAR RUBRO-NEGRO
Matando um leão por dia
Por Jornalista l [email protected]
Futebol é um esporte coletivo. Atribuir sucessos ou insucessos de uma equipe a apenas uma das peças que entra em campo soa injusto e até cruel. Entretanto, certas situações nos fazem refletir. Dada a série de trapalhadas do goleiro titular do Vitória, fica difícil defendê-lo. Para cada nova cena de pastelão de Caíque, tornam-se mais raros argumentos atenuantes como a sua juventude, inexperiência ou falta de ritmo. O time mambembe talvez prejudique seu desempenho. Em contrapartida, sua insegurança não passa tranquilidade alguma aos companheiros, sempre à espera da próxima braga. Uma simbiose que só traz malefícios às partes envolvidas, não o contrário.
Detesto chavões e frases prontas. Mas tenho certeza que todo grande time começa por um grande goleiro. Não é a realidade atual do rubro-negro: uma péssima equipe, com um arqueiro em momento terrível. Eis a palavrinha mágica: momento. O do jovem atleta em questão é tenebroso. Insistir na sua manutenção como titular castiga a torcida e o próprio jogador, exposto ao ridículo.
Os frangos que ele vem tomando e os momentos de "vídeo cassetada" geram calafrios e inspiraram alguns torcedores a criarem um novo termo no léxico: caiquice. Sim é excesso de maldade. Para ambos os lados, ressalte-se. O fecho de ouro foi a entrevista do goleiro no pós-vexame diante do Sampaio Correia, ao falar que estava "matando um leão por dia". Um só, Caíque? Não... Está matando vários, com tantas atuações desastrosas.
Outros problemas
A péssima fase do titular da meta preocupa, mas não é nem de longe o maior dos problemas em campo do Leão. O quase dogma de que o treinador "tira leite de pedra" com o elenco fraco que tem em mãos é outra desculpa que se torna dia a dia menos aceitável. São raros os momentos nos quais o Vitória se apresenta como um time na acepção da palavra. Organização e boa disposição tática são aspectos esperados em uma equipe que está com o mesmo técnico desde o ano passado. Detalhes que independem da qualidade técnica do grupo, mas quase nunca vistos no Vitória.
O confronto de ida diante do Corinthians, na Copa do Brasil, foi um desses poucos instantes de boa exibição, taticamente falando. Na partida de volta, o time até repetia a postura, mas se desarrumou totalmente após sofrer o primeiro gol. Já na ampla maioria dos outros jogos, a exemplo do jogo mais recente, o que se viu foi um arremedo em campo. Gosto do trabalho de Mancini e aprecio sua ligação histórica com o clube. Mas ele tem, sim, parcela de responsabilidade no que está aí. E não é pequena. Seu plano de jogo não está funcionando. O time é feio de se ver.
E fora dos gramados, falar o quê? Ricardo David tem poucos meses à frente do cargo, porém há quem já enxergue sua eleição como um erro. A paciência rubro-negra anda curta, por isso ele terá que se esforçar bastante para deixar o rol de gestões desastrosas dos últimos anos, no qual muitos torcedores já incluem seu nome. Contratações equivocadas, incluindo um diretor de futebol pouco efetivo, e as promessas não cumpridas de uma equipe competitiva criaram um clima de profunda irritação. Outra consequência inevitável é a comparação com o vitorioso passado recente. Assim, o caminho para o retorno de antigos gestores está sendo pavimentado. O mestre de obras é o atual presidente.
Saudações Rubro-Negras, hoje e sempre!
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes