OLHAR RUBRO-NEGRO
Um time em reconstrução
Por Jornalista l [email protected]
Bastaram duas rodadas do Campeonato Brasileiro para que as limitações do Vitória ficassem evidentes. Desfalques à parte, as partidas contra Avaí e Corinthians mostraram um time até certo ponto organizado, mas sem poderio ofensivo para assustar os adversários. Com esse estilo de jogo ‘arame liso’, cercando sem furar ninguém, a vida tende a ser muito complicada na Série A. Ter mais posse de bola, como ocorrido nos dois confrontos, não é garantia alguma de sucesso. É preciso ser efetivo. Para isso, tem que qualificar o elenco.
As duas apostas de jogadores diferenciados para a temporada não vingaram. Uma delas, Dátolo, já partiu da Toca, após passagem lembrada apenas por um gol olímpico no Barradão. A outra, o também argentino Pisculichi, não engrenou. Assim como o compatriota, sofreu com uma lesão no início do ano e ainda busca espaço. Mas o tempo urge e a vaca, antes de ir para o brejo, muge. Não há muita margem de erro para clubes com recursos limitados em relação aos concorrentes com maior orçamento. E o Vitória está errando demais.
A direção, incensada nos preparativos para a temporada por conta das contratações, agora sofre com as críticas, visto que a maioria dos reforços não deu o retorno esperado. No meio da campanha, busca-se a reconstrução do elenco, um risco temido por todos os rubro-negros. Por necessidade extrema, o Vitória está no mercado em busca de contratações. Claro, pagando o alto preço de quem não se planejou da melhor forma, de modo que agora apenas retocasse o grupo em uma ou outra posição, em lugar de precisar qualificar em todos os setores.
A demanda por reforços deixa o Vitória fragilizado nas negociações. Os empresários sabem que o clube precisa se fortalecer, uma necessidade que se torna mais dramática rodada após rodada. Daí o pudor para meter a faca nas tratativas fica menor. É a lei da oferta e da procura, lado a lado com a obrigação da direção dar uma resposta ao torcedor, castigando as finanças rubro-negras.
Outro risco é a exposição de jogadores ainda não totalmente maduros para encarar uma Série A. Com tantos desfalques, é preciso lançar mão de pratas da casa como Rafaelson e Jhemerson. Infelizmente, a paciência demonstrada para o futebol burocrático que alguns medalhões têm apresentado no ano não é a mesma para com os jovens da divisão de base. Mostrar bom nível com tamanha pressão sobre os ombros não é fácil.
Menos mal que a nova busca por reforços se encaixa na tradicional forma de jogar do Vitória. Nossa cultura é baseada em jogo de velocidade, com transição rápida do meio para o ataque. Justamente as características em falta na Toca. Alguns dos especulados, como Sassá e Lucas Fernandes, têm essas características. Neilton, já anunciado oficialmente, também. Minha dúvida é saber o grau de motivação de um atleta que sai de centros maiores em direção a uma praça menos vistosa, como o Nordeste. Se vierem focados, podem ajudar o bicampeão baiano a ter um caminho menos tenso na Série A.
Saudações Rubro-Negras, hoje e sempre!
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes