EDITORIAL
A aposta dos “influencers”
Confira o Editorial do Jornal A TARDE
Por Editorial
O Brasil tornou-se o país onde as apostas passaram a tornar-se corriqueiras, embora possa gerar um problema de saúde pública, sabendo-se o quanto as pessoas tendem a perder o controle dos impulsos em busca de arriscar um palpite, alcançando a patologia de um vicio, com agravante de serem enganadas com frequência por quadrilhas, algumas delas já desarticuladas, envolvidas na “lavagem” de dinheiro do crime organizado.
O contexto expõe um segundo problema muito grave, a disseminação desordenada de um novo ofício surgido com a internet, de questionável moralidade, o de “influenciador digital”, como Deolane Bezerra, presa no Recife, e seus colegas José Roberto, filiado ao esquema conhecido por Nanam Premiações, Tamhon Dias e Pedro Monteiro, o "MC K.U.", detido em Salvador, todos acusados de aliarem-se ao tráfico de drogas e jogos de azar clandestinos.
A aparição destes acusados, ostentando automóveis caríssimos e correntes de ouro, entre outros objetos valiosos, revela ainda o indício de não bastar a inclusão dos internautas brasileiros nas redes, se não têm preparo para discernir entre referências positivas de conduta e pessoas de índole duvidosa, mas capazes de persuadir milhões de seguidores, os quais são ingênuos ou sofrem de baixa estima suficiente para aderirem à sedução dos sofismas mal-intencionados.
A operação Falsas Promessas, desenvolvida pela Polícia Federal, contribuiu para desbaratar pontualmente estas gangues, no entanto, é preciso verificar se a excessiva liberação das loterias online tem potencial para produzir uma enfermidade na sociedade brasileira, levando à ruína as famílias, tendo como contrapartida desproporcional a coleta de impostos para investimentos em projetos sociais, entre os quais o apoio aos próprios cidadãos em situação falimentar.
Foram cumpridos 48 mandados contra grupo criminoso acusado de movimentar meio bilhão de reais, com a investigação de fraudes nas quais os vencedores dos bingos faziam um rodízio dentro do próprio bando para passar uma sensação de licitude a fim de persuadir os apostadores.
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