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OPINIÃO

A Bahia tem pressa

Artigo do presidente da FIEB

Carlos Henrique Passos*

Por Carlos Henrique Passos*

20/12/2025 - 0:12 h
Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB
Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB -

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou este ano uma sondagem com executivos de empresas industriais de todo o país para entender a percepção desse grupo sobre o Custo Brasil. Para relembrar o conceito, Custo Brasil é o conjunto de barreiras estruturais, burocráticas e econômicas que impactam a competitividade internacional brasileira.

O diagnóstico reafirma o engessamento do desenvolvimento do país, em razão de problemas que se arrastam há décadas. Insegurança jurídica e regulatória, acesso aos serviços públicos e à infraestrutura, cumprimento das exigências tributárias e dificuldades para abertura de um negócio lideram os fatores considerados como os que mais encarecem o Custo Brasil.

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O Nordeste, com suas peculiaridades e disparidades regionais, não está a salvo desta areia movediça contra a qual o empreendedor resiste bravamente. A capacidade de honrar tributos (65%), a contratação de mão de obra qualificada (60%) e a burocracia para acesso aos serviços públicos (59%) lideram o ranking dos maiores entraves para o bom ambiente de negócios na região, na avaliação dos executivos ouvidos na amostra.

Um fator histórico em relação ao Nordeste é a deficiência de infraestrutura que, na avaliação de 59% dos respondentes é o que mais encarece o Custo Brasil. E a infraestrutura tem sido um tema recorrente para a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), que vem encampando diversas iniciativas para fomentar o debate em torno dos gargalos infraestruturais.

Com uma grande extensão territorial, a Bahia demanda uma infraestrutura robusta, capaz de conectar suas diversas regiões e integrar os centros urbanos aos polos de produção e aos pontos de escoamento. O fato é que a deficiência da infraestrutura tem limitado o desenvolvimento.

Mas há esperança. No modal marítimo/portuário, a previsão de um ciclo de grandes investimentos na Bahia por parte de operadores privados abre perspectivas para aprimorar a interligação do estado com os grandes centros globais de negócios e consumo de nossa produção, especialmente a agrícola e mineral.

O problema esbarra na falta de conexão com o (precário) modal ferroviário, em compasso de espera por uma solução que depende sobretudo de fatores econômicos e políticos. Pendências em relação às ferrovias FIOL, FICO e FCA estão no cerne da questão. A necessidade de investimentos vultosos num cenário de restrição fiscal por parte do Estado e de custo elevado do capital para atrair o setor priv ado, com indefinição quanto ao financiamento e busca por sócios, no caso da FIOL I e Porto Sul, agravam o impasse.

Estamos fechando o ano com sinalizações para 2026 de possível tendência a uma gradativa queda dos juros, o que já areja o ambiente. Avanços nas discussões para soluções integradas no campo da infraestrutura – e, sobretudo, a necessidade de viabilizar a preparação do Estado para lidar com as peculiaridades trazidas pela implementação da reforma tributária, que tornará a logística cada v ez mais primordial como fator de atração de investimentos para a Bahia e o Nordeste – também estão no horizonte.

A FIEB defende que estes sejam os temas da pauta prioritária de 2026. As soluções dependem de um esforço conjunto. A Bahia tem pressa.

*Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB - Federação das Indústrias do Estado da Bahia

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