OPINIÃO
A liberdade é possível
Confira o editorial deste sábado

Por Redação

A suspensão de um dos programas de maior audiência da TV estadunidense, apresentado por Jimmy Kimmel, reacendeu o debate se há limites para liberdade de expressão e como verificar os excessos.
O ato de punição da emissora ABC veio depois de o apresentador utilizar-se de figuras de ironia, ao tratar do delicado tema da reação de aliados de Donald Trump ao assassinato de Charlie Kirk, apoiador do presidente.
O contexto ganhou força de pleno inusitado, com a suposta troca de premissas entre os democratas, geralmente defensores da livre manifestação; e os republicanos, estes tradicionalmente mais reticentes.
Os democratas argumentam com uma interpretação de ataque à primeira emenda, levando em conta a oportunidade de censura, citando a pressão da agência reguladora de mídia.
Já os republicanos acusam o apresentador Jimmy Kimmel de mentir, ao apontar o assassino como apoiador de Trump; falam agora em liberdade de as empresas escolherem seus profissionais como quiserem.
A polêmica espelha situações similares no Brasil, possivelmente pela dificuldade de uma definição absoluta e indiscutível do sentido de “liberdade”, tantas são as angulações e vieses incapazes de dar conta.
O historiador autodidata Eduardo Bueno, possuído por ira indescritível, esteve no epicentro ao considerar o assassinato “um bem para as filhas da vítima” surpreendendo até mesmo admiradores de suas pesquisas.
“Peninha”, como também é conhecido, exerceu a liberdade ou a excedeu? Vai depender de quem o julga, quando adjetivou o finado de “canalha, racista, homofóbico e ligado ao pedófilo Donald Trump”.
Para a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, houve exageros, a ponto de cancelar a apresentação do boquirroto, intitulada “Brasil,pecado capital”, optando por retaliar as fortes ofensas verbais.
Embora seja um tema dependente de hermenêutica, distribuindo-se em olhares diversos, uma convergência sobre liberdade se pode combinar: não se é livre para mentir, destratar, caluniar ou acusar sem ter provas.
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