EDITORIAL
A mulher invisível
Confira o Editorial do Jornal A TARDE desta terça-feira, 7
Por Editorial
Oportuna e instrutiva a iniciativa de inserir a temática da desigual distribuição de tarefas nos lares brasileiros, ao propor o Ministério da Educação às novas gerações, como tema do Enem, uma redação acerca da estrutura patriarcal da sociedade.
O processo vicioso resvala na injustiça de forçar mulheres a jornadas múltiplas, cuidando de familiares, de filhos, de companheiros e da administração da casa, além de serem agredidas, violentadas e, cúmulo do horror, assassinadas.
Ao ganhar visibilidade entre os jovens, a controvérsia acende a chama da necessidade de moderação a fim de controlar os ímpetos dos dominadores, buscando-se ajustes no convívio, graças ao poder da equidade.
Antiquíssima, a questão alcança todo o globo, desde este berço do Ocidente, embora aparente flexibilidade em relação às exigências de países nos quais impõem-se severas restrições ao comportamento.
Na contemporaneidade, considerando o impacto das organizações feministas, já se percebe maior tendência, senão para a superação desta abjeta doença social, ao menos, a criação de paliativos e redutores de danos.
Escreveu a juventude sobre “desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”, tendo por núcleo central a desimportância conferida aos afazeres femininos, da aurora à alcova.
As melhores pontuações serão as das redações capazes de narrar o sofrimento diuturno de quem se vê obrigada a zelar por tantas missões quase impossíveis, enquanto os homens, não raro, jogam bola e tomam aquela cervejinha gelada.
Ao discutir o assunto, é possível lembrar de recente filme estrelado pela personagem Barbie, no qual as mulheres ocupam as posições centrais, em óbvio contraste da ficção com o cotidiano de quem troca de lugar com Atlas ao carregar o peso do mundo.
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