EDITORIAL
A saúde da democracia
Confira o editorial de A TARDE desta sexta-feira

Por Redação

Saiu fortalecido o Estado Democrático e de Direito do Brasil, e seu Poder Judiciário, ao decidir o Supremo Tribunal Federal pela condenação do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro e de autoridades militares.
Restou provada a culpa do “chefe” de organização criminosa armada, em contundente coletânea de oitivas e memórias produzidas pelos próprios condenados, ele e mais sete réus voltados para desestabilizar a democracia.
O resultado é histórico por uma série de razões, destacando-se em meio ao contexto do “espírito do tempo”, inspirando cautela devido aos extremismos pelo mundo, oferecendo a magistratura brasileira a mais rebrilhante atuação.
Outro bom motivo é a proposta de “cura” da trêmula trajetória do Brasil, país no qual a República já começou com um golpe; seguindo-se uma série de rupturas, em trôpegos passos de uma trilha pedregosa de ditaduras, ora pacificada.
Coube a uma mulher, a ministra Carmen Lúcia, a autoria do belo e decisivo tento, ao crescer o placar para 3x1, definindo a vitória da justiça, após a abertura do escore por Alexandre de Moraes e o segundo voto por Flávio Dino.
Carmen Lúcia falou como “médica da democracia”, ao defender “cuidar da saúde para não se tratar da doença”, comparando as ações contínuas de construção do golpe a um “vírus” contaminando o “corpo doente” do país.
Seguindo a analogia, favorecendo o entendimento pelo pleno didatismo, a magistrada comparou o julgamento a um “remédio” com objetivo de produzir a terapêutica, assim refletindo a importância de evitar novas ações criminosas.
O ministro Cristiano Zanin deixou em 4x1 o resultado final, na intenção de ajustar as más condutas de quem articulou uma abolição violenta do Estado Democrático e de Direito, entre outros ilícitos, comprovados em abundância.
Não bastassem as articulações, resguardada a ampla manifestação de defesa dos réus, ficou demonstrada a mobilização de equipes especiais das Forças Armadas, a fim de levar ao assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.
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