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EDITORIAL

A sociedade do lixão

Confira o Editorial do Jornal A TARDE

Por Editorial

11/12/2024 - 0:00 h
Imagem ilustrativa da imagem A sociedade do lixão
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A mecânica de uma sociedade de consumo implica em descarte incessante de rejeitos, produzindo a destinação inadequada aos grandes depósitos de lixo – lixões –, como indiciam dados confiáveis do estudo “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2024”, divulgado ontem pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente, a “Aprema”.

O mais difícil de gerenciar é o fato de quanto maiores o suposto desenvolvimento e a pujança da economia, mais virulenta a poluição, resultando em 41,5% do total de dejetos encaminhados de forma inadequada, de um ponto de vista ambiental, enquanto 58,5%, em via oposta, ocasionaram menores riscos à população.

Este segundo percentual revela avanço de 1,5%, se relacionado aos números de 2022, representando, senão um alívio, por ser pequenino, certamente um alento para perseverar-se no enfrentamento de ordem estrutural, ao incluir todo esforço do conjunto das cooperativas de reciclagem e da adesão de parte da indústria à justa causa.

Perdeu-se o prazo fixado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída por lei federal em 2018, para extinguirem-se os lixões no país, ao contrário, há contextos nos quais foram consolidadas concentrações de sujeira nas proximidades de mananciais, além da vizinhança de comunidades populares altamente vulneráveis ou municípios de vocação turística.

A situação seria pior se grupos de voluntários não ajudassem a remover garrafas, embalagens, suportes para ingestão de alimentos, de canudos a espetinhos, além de um excesso de plástico, como os retirados da Baía de Todos-os-Santos, completando-se 51 ações desenvolvidas sob a liderança de Bernardo Mussi, titular da Fundação “Kirimurê”.

Pesadas 81 milhões de toneladas ao longo do ano de 2023, o brasileiro gerou, em média, mais de 1 quilo de detritos por dia, respondendo por metade de tamanho acúmulo de imundície o cidadão sudestino, ao jogar fora, em desatino, absurda montanha de restos, a sinalizar o quanto se precisa agir emergencialmente para mudar esta doentia realidade.

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