Barricada antimachista

O trabalho de contenção dos ataques contra a mulher só será concluído quando não se registrar nenhum caso de agressão, utopia sem a qual é impossível lutar por um objetivo, alcançável pela força da vontade, visando à paz doméstica.

A luta por um convívio livre dos efeitos de baixos instintos e pela resistência à estrutura patriarcal da sociedade ganha reforço com a inauguração de novas unidades da Casa da Mulher Brasileira em Feira de Santana, Irecê e Itabuna.

Em Salvador, já se contabilizam 20 mil atendimentos desde dezembro de 2023, quando começou a funcionar a primeira unidade, ao lado do Hospital Sarah, reunindo instituições de acolhimento e orientação.

A iniciativa do governo federal concentra em um só endereço serviços de apoio psicológico, delegacia especializada, Ministério Público e Defensoria Pública, funcionando como um escudo protetivo.

Não há sequer como estimar quantas vidas femininas foram salvas neste período, mas seguramente o conjunto de órgãos especializados tem contribuído para evitar maiores danos, em barricada antimachista.

Ora, sabe-se de dois métodos consagrados para inibir o crime: a educação e a consciência de vivermos em um país dotado de leis e estruturas punitivas; e o medo, este um “remédio” poderoso para quem excede nos impulsos agressivos.

A violência chamada de “gênero”, como forma de facilitar a compreensão, não se limita a pancadas e ao auge representado pelo feminicídio, envolvendo também as de vieses psicológico, financeiro, moral e afetivo, entre outras.

Não vale alegar ciúme, expresso na “manjada” desculpa de quem diz “ter perdido a cabeça”, no ato da insanidade, daí a busca de cercar os possíveis agressores com a preparação de servidoras e servidores para atuação eficiente.

Um bom exemplo recente foi o curso de prevenção e enfrentamento à violência politica de gênero e raça, promovido pela Secretaria de Políticas para Mulheres, em parceria com o Núcleo de Apoio a Migrantes e Refugiados, o atuante Namir.