EDITORIAL
Cautela ao emagrecer
Confira o editorial de A TARDE deste sábado
Por Editorial

O uso de toda e qualquer substância capaz de alterar os modos de ser do organismo humano pode ocorrer sem controle ou planejamento, cabendo ao usuário do medicamento enfrentar seus efeitos; ou pode ser disciplinado.
A escolha é do sujeito ao qual é concedido o privilégio do acesso ao remédio, a exemplo do atual cenário de procura crescente por produtos requisitados por resultarem na desejada perda de peso.
Ora, se há riscos à exposição de interesses comerciais de indústrias de fármacos nos relacionamentos com a medicina lucrativa, quando se descarta a mediação do profissional é como jogar sem goleiro diante de um adversário desconhecido.
Quem nunca passou por algum problema de enfermidade talvez não tenha a dimensão da importância do bem da saúde como intermediário à felicidade geral, nem devesse para tanto, passar pela experiência amarga da dor e do sofrimento.
Emagrecer como valor ou, mais além, a meta maior em escala de prioridades, vai oferecer, por contrapartida, sérios riscos de óbito a partir, por exemplo, de diagnóstico de taxa glicêmica abaixo da média, a hipoglicemia severa.
Também os distúrbios dos intestinos, alterações de doses de hormônio e irritação do pâncreas estão entre os colaterais ao dispor do grupo afeiçoado a expor o próprio corpo (o ser, em última instância) a um súbito e definitivo mal-estar.
Na mecânica do trato de Hipócrates, a prescrição é condição necessária para o conhecimento de todas as ameaças provenientes da absorção dos compostos químicos, misturados à guisa de oportunidade de cura e não de opção doentia.
Iludidos pela “autoimagem”, condicionando a estima a uma silhueta, os clientes podem levar em alta conta, mesmo estes para os quais a balança é tão preciosa, os riscos do “rebote”, quando o uso à louca resulta no oposto do esperado.
Sem a reeducação alimentar, o paciente recupera quilos provisoriamente subtraídos devido à redução do apetite e ao controle do açúcar gerados pela aplicação das doses, passando de “milagrosas” a ineficientes.
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