EDITORIAL
Cerco tático
Confira o editorial de A TARDE desta quarta-feira
Por Editorial

Precisam acautelar-se aqueles agatunados cuja habilidade é a de subtrair cabos utilizados para transmissão de luz elétrica, serviços de telefonia e canais fechados, entre outras finalidades canceladas pela ação dos biltres.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de sancionar lei com objetivo de conferir tônus rijo a punições propostas para quem furta os equipamentos, com agravantes, se o crime implicar bloqueio de prestação de serviço público.
A pena de detenção varia agora de dois a oito anos, além de multa; no caso de roubo, quando há uso de violência, a permanência no sistema prisional pode alcançar 12 anos.
A norma pode ser interpretada como uma compensação para a extrema dificuldade de conter a escalada dos ilícitos, devido à extensão em incontáveis quilômetros das ofertas de itens a serem recolhidos, desafiando o saber policial.
Uma metáfora extraída do convívio do “futebolês”, segundo idioma dos brasileiros, poderia contribuir com o cenário: não se marca a bola e sim o homem. O aforismo implica sugerir uma significativa mudança de ordem tática, passando-se a vigiar os passos de receptadores, os “artilheiros”, em vez da missão quase impossível de monitorar um mundo de conexões.
Ora, dirá o novel em segurança, se for desenhado mapeamento competente dos pontos onde ficam os suspeitos para quem é repassado o produto da rapina, seguramente ficará sem ter como “sair jogando” o reles apreciador do alheio.
Abusando uma vez mais das mumunhas do Bretão, seria cercar o meio-campo do adversário, inviabilizando o passe, hoje dito “assistência”, deixando o larápio impedido de retorno pecuniário, além de ficar de posse do flagrante delito.
Enquanto repensam os investigadores se há cabimento na alternativa de esquema antifurto, a lei prevê garantia estendida de detenção para quem adquire cabos, inibindo o “dribling” de “faltar luz” 90 mil vezes somente em 2024.
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