OPINIÃO
Combate à impunidade
Confira o Editorial do Jornal A TARDE
Por Editorial
O Poder Judiciário tardou mas fez seu trabalho, graças à vontade política das autoridades federais em elucidar o duplo homicídio contra Marielle Franco e Anderson Gomes. A luta não acabou, eis aqui a retomada: os acusados de serem os mandantes da planejada ação de covardia também devem ser julgados.
É preciso completar o ciclo, combater a impunidade e zelar para casos com este perfil deixarem de acontecer, apesar do enfrentamento de uma sociedade cada dia mais complexa, permeada por conflitos de interesses entre grupos sociais, alguns armados, outros entranhados nas instituições.
A condenação dos assassinos serviu como ajuste possível à privação do bem da vida das duas vítimas, alcançando 78 anos e 9 meses a pena do autor dos disparos, Ronnie Lessa; e 59 anos e 8 meses de prisão para o motorista do automóvel “Cobalt Prata” com o qual perpetraram a atrocidade. Sabendo-se 30 anos de detenção a pena máxima, a dupla poderá valer-se dos benefícios da “delação premiada” a fim de tentar reduzir este teto, no entanto, noves fora, agora a cidadania não deve esmorecer, mantendo-se rija o suficiente para exigir o julgamento de quem mandou matar.
Precisamente 6 anos, 7 meses e 17 dias após a maligna ocorrência, foi possível exarar a sentença dos executores, faltando agora completar-se o “álbum nocivo” dos bandidos. Na próxima fase da “trilha jurídica”, visando reparar danos à lei e à ordem, estão previstos os trâmites de condenação dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, mancomunados ao ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e mais dois reús arrolados no processo.
O relator do caso no Supremo Tribunal Federal é o ministro Alexandre de Moraes, conhecido por sua competência ao discernir entre códigos e jurisdições, bem como o perfil inflexível quando se trata de lidar com criminosos, ao mesmo tempo defendendo princípios da República ao punir seus algozes – exemplarmente.
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