EDITORIAL
Combate permanente
Prisão de três suspeitos no caso Marielle implica pensar na anuência do Estado brasileiro
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A prisão de três suspeitos pelo duplo homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes implica pensar na anuência do Estado brasileiro, contaminado pela ação de milícias, assim como nos necessários desdobramentos das investigações.
O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, um dos detidos, foi nomeado na véspera do crime pelo então interventor federal da Segurança Pública do Rio, General Walter Braga Netto.
O delegado cumpriu o papel às avessas de atrapalhar a investigação, em caso emblemático de cumplicidade e de obstrução do trabalho da Justiça e dos policiais, desviando o foco dos verdadeiros mandantes.
Barbosa assumiu o cargo, conforme o combinado com Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), também preso no histórico domingo, acusado de mobilizar recursos para evitar o pleno êxito da apuração.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, qualificou a operação como “uma vitória do Estado brasileiro”, considerando um “ponto de virada” para o combate à criminalidade no país, garantindo a continuidade do trabalho.
O contexto expõe alta probabilidade de poderio de organizações criminosas dentro do aparelho policial e em paralelo, com indício de envolvimento de ex-autoridades com poder de barrar o serviço das instituições da República.
A família Brazão, representada também pela prisão do deputado federal Chiquinho, do União Brasil, é apontada como responsável pela articulação e encomenda do duplo homicídio.
Além das prisões, a Polícia Federal cumpriu 12 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), abrindo trilha para novos resultados no sentido de elucidar a odiosa trama capaz de abalar o país.
Entre 2019 e 2022, em vez de se procurar pistas para encontrar os culpados, o desempenho do Estado foi pífio, contribuindo, por omissão, com a demora, resultando em cinco assassinatos de suspeitos de participar do plano maligno.
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