EDITORIAL
Desencanto universal
Confira o Editorial do Jornal A TARDE
Por Editorial
A campanha do mês, proposta pela Organização Mundial da Saúde, é o “Setembro Amarelo”, ao incentivar-se a saúde mental, sem a qual a felicidade é impossível, registrando-se 38 pessoas por dia, no Brasil, em média, logrando, ao invés, recusar a existência, necessariamente acompanhada da liberdade de fazer escolhas como em cumprimento de pena perpétua.
Esta condenação de ser livre vem impregnada da consciência de angústia, pois toda ação segue-se de outra e mais outra sucessivamente, cada qual relegando à anterior a uma sensação de “nada” ou “vazio”, exceto quem se convence de encontrar sentido, na religião, na política, no amor ou no projeto profissional, mas o desapontamento virá, cedo ou tarde, junto com a falta de finalidade.
Não é fácil, portanto, para quem tem a “sorte” de nascer, enfrentar este enredo diário, pois o poderoso remédio da compaixão e da solidariedade está em falta, mesmo quando se percebe estarmos todas e todos sob circunstâncias semelhantes, basta verificar o obituário diuturno, causado por doença, acidente ou crime.
Como agravante, não se pode tirar da frente os cenários nos quais são imersos os sobreviventes desta sina, resultando no pêndulo entre desejos e satisfação, ininterruptamente, movimento suficiente para disparar os alertas emitidos pelos psicólogos, em especial referência a crianças e adolescentes de 15 a 19 anos.
A normatividade impõe um comportamento parecido a todas e todos, visando incentivar como “saudável” um suposto “bom humor” e o interesse por desenvolver afetos, embora as alterações na sociabilidade ocorram velozmente, devido aos exageros de acesso às “redes sociais”, transformadas em “insociáveis”, por conta de bloqueios, cancelamentos e ofensas morais.
Melancolia grave, transtorno de ansiedade, depressão e fobia são agravados pelo abuso precoce de bebidas alcoólicas ou adição de substâncias químicas. A atenção e promoção da saúde mental, em todas as suas vertentes, mostra-se fundamental. Só a articulação entre família, escola e profissionais de saúde, constituindo uma rede de apoio e acolhimento, pode ajudar a reverter esse processo de desencanto universal.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes