EDITORIAL
Diferenças, nada mais
Confira editorial do Jornal A TARDE deste domingo
Por Editorial

Monumentos azulados; ações em shoppings; atendimento diferenciado no SAC; e o amor incondicional em cada lar onde habita uma pessoa com capacidade de perceber o mundo de um viés tão único quanto autêntico.
Espalha-se em campanha nacional o apelo para quem queira colocar-se no lugar de quem está no espectro autista, em exclusividade de empatia, revelando ser impossível substituir os afetos por máquinas virtuais.
O tema do Abril Azul deste ano doa este mesmo sentido no enunciado: “Informação gera empatia, empatia gera respeito”, atrelando a importância de conhecer como requisito necessário ao acolhimento.
Aplicado pleno rigor à tentativa de definição do “autismo”, é por força admitir a inequívoca atribuição de cada consciência ativa, por ser idêntica apenas a si mesma, na condição universal das diferenças de percepção.
Este pressuposto é o flagrante perfeito na dogmática perspectiva de atribuir ideias de uma suposta “inferioridade” às condições do organismo e sistema nervoso capazes de ampliar a profundidade das distinções.
A sensação de comunicar-se sob ruídos e os hábitos peculiares de comportamento são os efeitos percebidos pelos autoproclamados “normais”, impondo a rotina de cuidados para transcender o contexto.
Assim como cada indivíduo tem seu desenho de impressão digital, cada pessoa “autista” apresenta sua variação a solicitar tipo muito próprio de relacionamento com o mundo e suas devotadas cuidadoras e cuidadores.
Embora o Brasil tenha legislações específicas, como a Lei Berenice Piana (Lei Federal nº 12.764/2012), que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), são vários os desafios que ainda permanecem, sobretudo em relação à efetivação desses direitos.
Os investimentos em pesquisa científica são justificáveis, por conta da análise qualitativa dos gráficos de crescimento do número registrado em todas as faixas etárias, e das mulheres em todos os estratos. A precisão de dados, em censo específico, poderá melhorar as oportunidades de aprimoramento da Política Nacional visando a inclusão de quem precisa de apoio.
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