Editorial - A boa nova da economia
Confira o editorial do Grupo A TARDE desta sexta-feira

A redução de 0,50 ponto percentual na taxa de juro básico não só justifica a expectativa por crescimento da economia, como assinala projeção de chegar a dezembro em 12%, anunciando um Ano Novo animador para o Brasil.
Enfim, o Banco Central cedeu ao clamor do governo, empresários e centrais sindicais, ao evitar o oitavo mês seguido do nível fixado nas alturas de 13,75%, agora reduzidos a 13,25% anuais.
Não se podia sustentar o patamar, uma vez ter sido registrada a menor inflação acumulada em 12 meses desde setembro de 2020, tornando desnecessário insistir na figura de analogia correspondente a um freio de mão puxado.
Um dos indignados críticos da retranca adotada pelos senhores do Copom, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ganhou confiança na oferta de oportunidades, com a possível escalada do crédito e do consumo.
Nem todos os efeitos da mudança são verificados de imediato, mas um deles, a renegociação das dívidas, pode ajudar rapidamente as pessoas impossibilitadas de habitar o mundo dos negócios, por estarem inadimplentes.
Ao pedir revisão das taxas cobradas, o devedor tem a chance de subtrair o montante em aberto, favorecendo o ambiente de diálogo visando a reabertura de gestões financeiras até então interditadas.
O acesso aos recursos bancários, em condições razoáveis, aumenta a possibilidade de reativação de firmas estagnadas, bem como a gênese de sociedades dispostas a ampliar emprego e renda.
Para pessoa física, os desdobramentos são positivos nos contratos de consignado e automático, bem como salário, benefício, renovação e 13º, entre outras modalidades.
Já as CNPJs ganham em descontos de títulos, capital de giro, conta garantida e outros produtos, resultando em sensação inicial de alento, a transformar-se em pujança, se a tendência de queda ficar confirmada.
Mas, atenção: a conquista do meio ponto será insuficiente, se permanecer baixa a concorrência entre os bancos, enquanto se busca métodos eficazes de conter a burocracia e a carga tributária.