OPINIÃO
Editorial - Adoção como ato de amor
Na Bahia, hoje, são 237 crianças e adolescentes à espera de um lar
Por Redação
Em uma sociedade incentivadora do perfil autocentrado de gente voltada para a prosperidade individual, desprezo pelo bom convívio e adesão a projetos de poder visando locupletarem-se os mesmos de sempre, não deve espantar a atitude de um casal do Paraná, ao devolver três irmãos, de 1, 6 e 7 anos ao sistema de adoção, depois de decepcionarem-se com a escolha.
Cobravam “gratidão” aos miúdos a dupla desistente, multada em R$ 50 mil pela atitude, tendo em contrapartida contribuído involuntariamente para o debate sobre o tema, verificando-se o despreparo de pretendentes e a importância de os tribunais de justiça de todo o país escalarem servidoras e servidores dispostos a desatar os nós górdios relacionados a trâmites burocráticos.
Antes de alcançar as bancas das cortes, é preciso esgotar as instâncias moral, quando a decisão depende dos valores dos adotantes, e ética, situação na qual todas as partes envolvidas participam em busca de um final feliz, muito ao contrário do episódio lamentável experimentado nas Araucárias, produzindo prejuízos principalmente aos adotados em situação frustrante.
Na Bahia, hoje, são 237 crianças e adolescentes à espera de um lar, quanto mais o tempo passa, menores as chances de conseguir escapar da instituição de acolhimento, de onde se conclui a necessidade de elaborar um planejamento, com metas, prazos e métodos definidos, no sentido de correr com a fila, ressalvado o cuidado para todas e todos ficarem plenamente satisfeitos.
Quem tem amor para dar, adota; a generosidade e a solidariedade são valores morais importantes mas não suficientemente fortes para garantir um vínculo, por isso, recomendam os magistrados o exame sincero das emoções e dos interesses em jogo, pois trata-se de forjar um futuro em família, e só vale a pena tal empresa, se não houver dúvidas na vontade de compartilhar.
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