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Editorial - Alta tensão

Publicado quinta-feira, 04 de agosto de 2022 às 05:00 h | Autor: Da Redação
A volta das tensões entre superpotências desaconselharia a visita da presidenta da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos
A volta das tensões entre superpotências desaconselharia a visita da presidenta da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos -

A volta das tensões entre superpotências, depois de supostamente pacificadas ao final da Guerra Fria, por volta de 1990, desaconselharia a visita da presidenta da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan.

Tão logo chegou a notícia a Pyongyang, autoridades norte-coreanas manifestaram contrariedade, considerando a presença da representante estadunidense uma provocação à China, da qual a Coreia do Norte é aliada.

Os chineses foram direto ao ponto, sem meias palavras, ao afirmarem, na voz de seu Ministério da Defesa, a disposição de os militares “não ficarem de braços cruzados”, em caso de os “EUA insistirem em seguir seu próprio curso”.

A região tem potencial explosivo em razão de o Partido Comunista reivindicar o território visitado pela parlamentar, por entender como “autogovernada” a democracia insular.

Da narrativa à prática, não tardou a realização de exercícios belicosos com intenção simbólica de perturbar a ilha, sem descartar o disparo de mísseis em alvos próximos à nação interpretada como uma “província separatista”.

Em Pequim, o presidente Xi Jinping aproveitou a celeuma para lembrar o dever da reunificação, se preciso com o uso da força, utilizando argumento semelhante ao de Vladimir Putin, ao atacar a Ucrânia, visando recuperar ao menos uma parte.

A retomada seria estratégica para os planos de controle no Pacífico Oeste, onde a instalação de bases teria poder decisivo, em caso de alastrar-se um conflito com as proporções de uma Terceira Grande Guerra Mundial.

O país esteve sob controle da dinastia Qing no século XVII, mas foi tomado por Tóquio no conflito sino-japonês, retornando para o comando pequinês em 1945, e recuperando autonomia em 1949, com a vitória de Mao Tse-Tung sobre o nacionalista Chiang Kai-shek.

Desde então, a também conhecida como “Formosa”, nome português com a qual foi chamada a primeira vez, é o refúgio de quem prefere viver o regime político associado à ideia de “democracia”, sem contar com a aprovação do vizinho gigante.

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