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Editorial - Ambição insustentável

Publicado sexta-feira, 01 de abril de 2022 às 00:30 h | Autor: Da Redação
O cenário é sinalizador de dificuldades para a gestão responsável, a combinar interesses econômicos com as demandas da natureza
O cenário é sinalizador de dificuldades para a gestão responsável, a combinar interesses econômicos com as demandas da natureza -

O conhecimento como uma das virtudes primordiais vem denunciando a prática viciosa da ambição por provisória prosperidade, tomando-se como base um estudo realizado em 40 municípios atingidos por queimadas intencionais.

Entre este contingente, estariam três baianos, integrantes do bioma predominante do Cerrado no Oeste, onde os frequentes incêndios já estariam impedindo a capacidade regenerativa da vegetação.

Um dos mais atingidos é Cotegipe, cuja atividade econômica principal, a pecuária, exige pastagens as mais livres, com suspeitas de desmatamentos recentes, conforme divulgado pelas universidades federal de Minas Gerais e de Brasília (UnB).

A partir da pesquisa desenvolvida pelos centros de pós-graduação, Formosa do Rio Preto estaria entre as atingidas pelos excessos provocados pela ânsia de expandir a produção agropecuária.

A terceira citada na relação é Jaborandi, próximo a Goiás, repetindo-se como característica confirmada, o fato de abrigar em suas terras uma série de propriedades voltadas para a criação intensiva de gado.        

Os dados ganharam uma repercussão mundial depois de publicados os resultados da investigação em revista especializada com sede na Suíça e reputada no meio científico como da mais alta confiabilidade.

O cenário sinalizador de dificuldades para a gestão responsável, na tentativa de combinar interesses econômicos com as demandas da natureza para sua resiliência, seria o pior, não fosse a comparação com as projeções para os próximos anos.

A tendência de ataques ao meio ambiente, utilizando-se o fogo como arma, produziria efeitos mais intensos nas mudanças climáticas, conforme já se observa em aguaceiros com capacidade de arrasar cidades, além de períodos mais prolongados de estiagem.

Como agravante, a falta de educação de investidores e da população, somada ao relaxamento na fiscalização para cumprimento das leis, por parte de um Estado apático, ampliam as dificuldades para deter o avanço do processo de extinção em seu passo ligeiro e inexorável.

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