Editorial - Bioenergia urgente

Prover quanto queira da natureza, acreditando ser a racionalidade atributo seguro para o convívio ecológico, tem se revelado um engano, como está exposto na necessidade do uso de biocombustíveis, evitando a extinção precoce do planeta em superaquecimento. Esta é toda a importância de iniciativas como o seminário online Combustíveis Renováveis, que vai debater o tema amanhã (16h), com a participação de pesquisadores da Universidade de Campinas, São Paulo, e representantes de associações de produtores, distribuidores e afins. A videoconferência tem o apoio do Grupo A TARDE.

Etanol, diesel verde, hidrogênio, biogás, carro elétrico estão entre as boas opções de investimento. Ao permitir-se escravizar por derivados de petróleo, o homem vinculou o desenvolvimento de suas sociedades contemporâneas à poluição, em exemplo típico de contexto em contradição interna entre seus argumentos válidos.

A projeção de aumento no consumo, em 50% até meados deste século, propõe tomada de decisões, considerando pulsões de vida e de morte, pois a mesma energia capaz de dar suporte ao progresso, poderá causar danos irreversíveis em escala global. O modelo econômico atrelado ao uso de combustíveis fósseis precisa ser substituído, adaptando-se às fontes de energia renováveis, como estratégia de redução dos efeitos do desequilíbrio ambiental.

O Brasil pode colocar-se em posição privilegiada, neste novo e alentador cenário, devido à biodiversidade, comprovada em 42 mil espécies vegetais distribuídas na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Caatinga e Pantanal. A chamada bioeconomia convoca a nação ao planejamento compatível com sua vocação para a grandeza, ao investir em pesquisa e recursos pautados no conceito de sustentabilidade.

Para produzir o bem representado nas energias limpas, é preciso despertar o gigante país, e conduzi-lo pelos valores do conhecimento, da boa vontade e da intenção em cortar o nó górdio no qual deixou-se o homem enredar.