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Editorial - Saúde para emagrecer

Publicado terça-feira, 15 de março de 2022 às 00:30 h | Autor: Da Redação
Fórmulas  divulgadas como capazes de contribuir para 
controle da balança 
são desprovidas de comprovação científica
Fórmulas divulgadas como capazes de contribuir para controle da balança são desprovidas de comprovação científica -

O desejo de emagrecer e o impulso para consumir substâncias a fim de alcançar esta finalidade precisam ser controlados pela razão para não se repetirem casos como o da cantora Paulinha Abelha, da banda Calcinha Preta, recentemente falecida, tendo como causa provável do inesperado óbito a ingestão de anfetaminas e redutores de apetite, encontrados no corpo da artista. 

O boletim médico aponta ainda vestígios de uma erva de origem asiática conhecida por garcinia cambogia, utilizada para extração de princípio ativo aplicado na manipulação de fórmulas divulgadas por curandeiros, pela internet, como capazes de contribuir para a pessoa controlar a balança, mas desprovidas de comprovação científica por não terem sido sequer testadas.

O contexto de dor e sofrimento causado pelo fim precoce da querida sergipana de 47 anos reacende o debate sobre a necessidade de uma articulação das associações de classe da medicina e os órgãos de prevenção e repressão de ilícitos, com o objetivo de inibir a compra e a venda dos falsos fármacos, largamente utilizados pelos clientes de boa fé.

Outro viés a considerar é o excesso de cobrança por parte de grupos sociais em relação a padrões corpóreos supostamente mais participativos da ideia de beleza, com a padronização por determinada quantidade de quilos a partir da altura em busca da silhueta tida como apetecível.

Órgão responsável por metabolizar os compostos químicos, o fígado fica sobrecarregado e pode até sofrer uma fulminante parada, como efeito das misturas “milagrosas”, tendo como consequência não menos danosa o desequilíbrio proveniente da perda de líquidos em razão da diurese excessiva produzida pelas drogas sem patente.

O descontrole de um mercado clandestino, porém lucrativo, vem crescendo de tal forma a preocupar o médico hepatologista e professor da Universidade Federal da Bahia, Raymundo Paraná, ao atender até três pacientes por semana com problemas provocados pela ilusão de reduzir o tecido adiposo com pouco esforço e muito risco.

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