OPINIÃO
Editorial - Vacina para os adolescentes
Por Da Redação

Está entre os deveres dos gestores públicos responder demandas da cidadania e explicar as situações de dúvida, a exemplo da polêmica criada em torno da vacinação de adolescentes, considerando posições em conflito, tendo de justificar-se o Ministério da Saúde.
As famílias brasileiras enfrentam dificuldade de acesso a conhecimento, limitando-se à formação de opiniões, método vacilante para quem precisa identificar verdades em meio aos duelos de discursos em horizontes distanciados a partir de pressupostos inflexíveis.
As autoridades constituídas poderiam contribuir, desvelando suas diretrizes de forma técnica e com base no princípio de objetividade a fim de evitar deixar pais, mães e responsáveis à mercê dos conflitos de versões, produzindo indignação geral.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, irritou-se com suposta ação intempestiva atribuída a estados e municípios, ao desviar ordens federais, admitindo o médico sua dificuldade em coordenar a campanha, ao emitir seu habitual lamurismo, ao queixar-se das ações de outrem.
O médico-chefe transformou sua queixa em ato, ao suspender o atendimento a adolescentes de 12 a 17 anos, exceto quem tem deficiência permanente, comorbidades ou esteja cumprindo medida socioeducativa.
Prova da intemperança oficial é o fato de a determinação desautorizar os dirigentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já tendo sido liberado desde junho o uso da vacina da Pfizer para todo o público juvenil.
O desdobramento da inusitada contraordem alcançou as filas nos postos em Salvador, onde a decepção e a revolta irromperam do sentimento geral da perplexidade, pois o imunizante não chegou aos braços da juventude.
Da discórdia entre gestores do mais alto escalão de Brasília e de representantes dos entes federativos, sai perdendo a mocidade baiana, pois o adiamento a torna vulnerável, embora em caso de óbito, nenhuma liderança assuma seu erro, por imprudência, inépcia ou teimosia.
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