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Editorial - Vitória sob cautela

Publicado domingo, 10 de abril de 2022 às 00:30 h | Autor: Da Redação
Avalia-se como estável, mas em constante observação, o quadro verificado no Brasil 
de indiscutível vitória
Avalia-se como estável, mas em constante observação, o quadro verificado no Brasil de indiscutível vitória -

A campanha de imunização surtiu o efeito anunciado pelos cientistas, apesar da demora de um ano para convencer as autoridades federais da Saúde, mas mesmo o resultado alegrador requer devida cautela neste momento favorável.

O conhecimento, caracterizado como tal, necessariamente tem de ser refutável e provisório, a fim de não reduzir-se a dogma ou doxa (opinião), daí o diuturno acompanhamento atento aos boletins epidemiológicos.

Espera-se manter e ampliar o controle sobre a ameaça invisível da Covid-19, levando gestores estaduais e municipais a anunciar o relaxamento do uso de máscaras como barreiras não-imunológicas.

Mesmo em ambientes fechados, já há quem arrisque mostrar o rosto, embora não sejam raros os exemplos de timidez adquirida junto com arredio comportamento dos últimos meses. 

Numeroso grupo teria desenvolvido algum tipo de fobia, durante a longa quarentena, produzindo a busca de método terapêutico para livrar-se do medo.

O receio pode ganhar fundamento se e somente se ganharem novo tônus as estatísticas ora em queda no número de casos, internações, taxas de ocupação e óbitos: ameaça poderia vir do cenário atual na Europa.

Mesmo países com elevada cobertura vacinal apresentam instabilidade, sem descartarem os epidemiologistas os riscos de novas cepas, alcançando o território brasileiro nas viagens internacionais de infectados.

Como qualquer cenário é sempre maior em relação à aparência, torna-se plausível admitir algum viés diferenciado, possibilitando avaliar como estável, mas em constante observação, o quadro verificado no Brasil de indiscutível vitória, embora parcial, sobre a sorrateira infecção.

Outra medida cuidadosa de utilidade para a cidadania é a de prevenir-se diante dos decretos, pois embora os administradores inteligentes saibam consultar os pesquisadores, antes de publicar suas determinações, vale conceder a última palavra sobre o assunto a quem zela pela verdade, em vez daqueles afeitos a pantomimas e gracejos acerca de assunto da maior seriedade.

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