EDITORIAL
Emergência na Caatinga
Confira o Editorial do Jornal A TARDE
Por Editorial
A hipótese de “arrebatamento” ou “apocalipse”, disseminada por mentalidades medianas, não se pode levar a sério, por outro lado é razoável aceitar os indícios de um “inferno” na Terra.
Esta interpretação torna-se plausível quando uma fonte oficial declara termos perdido 34 milhões de hectares do bioma Caatinga, uma porção considerável – e preocupante – em relação ao total de 82 milhões: 41% de vida a menos.
O alerta partiu do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, a quem cabe gerir o rebrote. É dele a missão de liderar ações imediatas para reverter a tendência para a morte e o desaparecimento da fauna e da flora.
O primeiro passo, na presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi do mesmo gestor público, ao apresentar os desafios da meta de desmatamento zero para proteger a metade restante de vegetação.
E mais: não basta vigiar – e punir – os manejos de consequências devastadoras, como o corte raso, as queimadas e a extração seletiva, pois torna-se imperativo investir em replantio e na recuperação de nascentes.
Configura-se, em metáfora ilustrativa, uma gigantesca oficina na qual se precisa trabalhar rápido a fim de evitar a ampliação do deserto no qual já se transformou 10% da região onde Gonzaga e Virgulino inventaram o xaxado.
É preciso destinar, já, parte do orçamento federal para construir unidades de conservação a fim de proteger a grande área, pois as alterações climáticas em todo o país e no exterior sofrem influência do desastre ambiental.
Alcança o declínio “caatingueiro”, o gênero de uma crônica anunciada, não de um fantasioso fim do mundo, mas seguramente a semeadura de sofrimento capaz de produzir dores de consequências imprevisíveis para todas e todos.
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