Enigmas decifrados

Transparência é um valor moral – virtude – decisivo quando se trata de negócio, visando a compreensão plena das rubricas envolvidas, como parecem indicar as significativas mudanças nas operações bancárias.

A partir de 8 de julho, os estabelecimentos associados à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) vão implementar alterações nos extratos, a partir de padronização razoável das nomenclaturas das transferências.

Inicialmente, a metamorfose nas referências será voltada para depósitos e saques, com o objetivo anunciado pelos “peso-pesados” da economia, ao uniformizarem as diversas informações prestadas aos milhões de clientes.

A apresentação dos comprovantes em série, atualmente, impressiona pela tendência a confundir, em vez de produzir evidências, deixando rastros de dúvidas para a clientela, em contramão do contexto esperado de um bom relacionamento estável.

Hoje, são mais de 4 mil tipos, em condição enigmática de incomparável complexidade a “caracteres” ou “letras” de “abecedários”, superando de sobeja o cambojano – quemer –, mandarim, japonês, aramaico, fenício, juntando aos do período arcaico de todas as civilizações.

A celeuma aumenta à proporção do acesso a mais de uma conta, em instituições variadas, tomando a mente de quem precisa exercitar-se em contorcionismos de introdução à complexa lógica – ou sua completa ausência.

O novo modelo, segundo os proponentes, vai aproximar-se de uma teoria da correspondência entre ação e modo de referir, a exemplo de “DEP CHEQUE ATM”, quando se realiza depósito de cheque em caixa eletrônico.

Outro exemplo, capaz de rimar lucidez e rapidez, é o “saque de dinheiro em espécie no caixa convencional dentro da agência com cartão de conta”, sinalizado em expressão fácil de entender: “SAQUE DIN CARTAO AG”.

Recomenda uma outra prática virtuosa, a da prudência, aguardar até a estreia, no início da segunda semana do mês vindouro, para verificar se a intenção divulgada alcança seu efeito certeiro neste possível novo tempo das comunicações financeiras.