Governança saudável

Age bem o governante capaz de prover a cidadania de meios para uma vida saudável. E mais: tal prática tem a inclinação para servir de referência, por atender aos princípios civilizatórios e de respeito às conquistas da ciência. Por outro lado, a omissão, a negligência na gestão da saúde – e em casos extremos, o escárnio –, devem ser repudiados e investigados para não mais repetirem-se.

Um bom exemplo recente, registrado no desempenho do governo federal, é o da proteção dos pulmões de mamães e seus bebês. Um total de 1,8 milhão de vacinas, indicadas para gestantes, está chegando ao Programa Nacional de Imunizações. O Serviço Único de Saúde vai oferecer, nos próximos dias, os primeiros lotes.

O objetivo é o de evitar os efeitos de um vírus, o “sincicial respiratório”. O VSR, sigla pela qual o vírus é conhecido, se transmite por tosse, espirros e objetos contaminados. Provoca “bronquiolite” – infecção nos “bronquíolos”, pequeníssimas ramificações responsáveis por transportar o ar até os pulmões. O sufixo “ite” indica inflamação. A passagem de ar é reduzida e o efeito vem na dificuldade respiratória. Ouve-se o “chiado” vindo do peito do bebê.

O sintoma começa como se fosse um simples resfriado. Mas a “gripe” não passa e a doença pode agravar-se. Da insuficiência respiratória, pode advir a tristeza do óbito.

A vacina ficará disponível gratuitamente nos postos do SUS e unidades de saúde municipais. Quem recorre à rede privada desembolsa 1,5 mil reais por dose.

O Instituto Butantan passará a fabricar o produto, garantindo autonomia da oferta da vacina e acesso da população. O medicamento promove a chamada “imunização ativa”: a gestante produz anticorpos e o bebê é protegido na passagem pela placenta ou na amamentação. A meta é evitar 28 mil internações por ano, livrando o recém-nascido da experiência precoce em ambulatórios, enfermarias e unidades de terapia intensiva.