EDITORIAL
Inteligência contra o crime
Editorial do Grupo A TARDE desta segunda-feira, 8, analisa a queda nos crimes violentos e o papel da inteligência na segurança pública

Por Redação

Tão ou mais relevante quanto a queda de 8% na média de homicídios sem intenção de matar; lesões corporais seguidas de óbito; e roubo com homicídio, é o contínuo aprimoramento da metodologia de suporte à segurança pública.
A redução de “crimes violentos letais intencionais”, tratados no jargão policial com a sigla CVLI, vem sendo alcançada graças ao conhecimento gerado por informações confiáveis, resultando na intervenção da inteligência humana.
O resultado, divulgado em reportagem de manchete, deve ser entendido com ressalvas: de fato, “assassinatos dolosos” (sem intenção) caíram 9,1%, mas “lesão corporal seguida de morte” cresceu quase 20% e “latrocínio”, 8,7%.
De positivo, fica consolidada a estratégia de aliar a academia ao Estado, destacando-se, neste viés, a contribuição do Núcleo de Estudos em Segurança Pública e Saúde Coletiva (NESSP), da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Tomando-se como verdadeiros os registros colhidos em todas as delegacias baianas, foi produzido e publicado o primeiro anuário do Instituto de Segurança Pública, Estatística e Pesquisa Criminal (ISPE), a título de uma “enciclopédia”.
Nela, é possível conhecer, por análises qualitativas, os motivos pelos quais o CVLI vem recuando desde 2022, registrando-se um decréscimo de 7,7% em relação ao ano anterior, bem como diminuição de 5,8% cotejando-se a 2023.
Deste conhecimento, pode-se traçar as táticas – eis aqui a importância da “inteligência” – visando manter a rota de redução, bem como observar as tendências necessariamente reversíveis referentes às modalidades em alta.
O mutirão de profissionais de múltiplas formações, como economistas, estatísticos, geógrafos, sociólogos, e os da tecnologia da informação e comunicação, entre outras áreas do saber, subsidia ações visando a prevenção.
O anuário pode ajudar a pensar formas de reduzir o feminicídio, o estelionato, ora em expansão de 13%, superando furtos, além de apropriação indébita (31%) e extorsões (30%) tendo a internet como atrativo da criminalidade.
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