Justiça e democracia

Vigiar e punir quem atenta contra o Estado Democrático e de Direito, sem se permitir a influência de afinidades e revanchismos, é um dever do Poder Judiciário, nesta hora, bem representado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

O placar de 5x2, favorável a tornar inelegível o ex-presidente por oito anos, ilustra com fidedignidade este compromisso com o Brasil, uma vez ter sido comprovado, à larga, o ataque inqualificável a um sistema de sufrágio admirado mundialmente.

Tropeçou o capitão expulso do Exército em suas próprias pernas, ao arriscar o vacilante passo de levianamente supor, sem prova e sequer indício, uma improvável fraude na contagem do voto eletrônico, entre outras aleivosias.

Utilizou-se abusivamente do cargo de chefe de Estado, a ponto de reunir representantes de outros países, para persuadir mundialmente de sua estapafúrdia hipótese, cavando com pés de argila sua sepultura política.

Foi condenado pela Corte Eleitoral por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Lamentam seus restantes fãs o desfecho inevitável, seguindo estritamente a letra fria da lei, cinco ministros, aos quais deve a cidadania a honradez e a competência, enquanto os dois refratários preferiram abraçar-se ao condenado.

Afastado de próximos pleitos, restará a mais triste lembrança da mal-assombrada criatura, a negligência na imunização contra Covid-19 (700 mil mortos), em sua gestão, marcada por estultícia e crueldade.

Não bastassem seus erros técnico e moral, motivos de sua inelegibilidade, será também lembrado por recolocar o país no mapa da fome.

Continuarão nossos altos comandos da magistratura seu trabalho saneador, ao investigar, sempre amparados na imparcialidade, crimes possivelmente perpetrados, de 01 a 04, como é numerada a prole pelo indigitado perdedor.