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OPINIÃO

Major Cosme de Farias

Por João Augusto de Lima Rocha | Professor titular da Escola Politécnica – Ufba e membro do Conselho Curador da Fundação Anísio Teixeira | [email protected]

02/04/2016 - 10:18 h | Atualizada em 19/11/2021 - 7:26

A 2 de abril de 1875, nascia Cosme de Farias, no subúrbio soteropolitano de São Tomé de Paripe. A denominação de major deve-se à concessão de um título, feita pela antiga Guarda Nacional, em 1909.

Dias antes de completar 97 anos, exercia o mandato de deputado estadual quando, em 14 de março de 1972, a morte o tirou da condição de um dos maiores opositores da ditadura instalada em 1º de abril de 1964. Pertencente ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), era o mais velho deputado do mundo. Em seu memorável enterro, o caixão foi levado da igreja de São Domingos de Gusmão, de mão em mão, até o cemitério de Quintas dos Lázaros, pela multidão que encheu todas as ruas por onde o cortejo iria passar!

Popularizado pela combatividade, liderou a luta pela extinção do analfabetismo, desde 1914. Sua Carta de ABC era o símbolo da famosa Liga Baiana contra o Analfabetismo, em nome da qual costumava ser vivamente aplaudido no desfile de Dois de Julho.

Advogado provisionado, ou rábula, fez história nos tribunais baianos, ao ganhar a maioria das causas em defesa dos pobres da Bahia. Diz-se que foi o recordista mundial em impetração de habeas corpus. O conhecido poeta popular Cuíca de Santo Amaro, por exemplo, que, de tantas vezes ser preso, até lhe reservavam um quarto numa das delegacias da capital, com mesa, cadeira e alguns pertences essenciais, portava documento sui generis: um habeas corpus preventivo, assinado por Cosme de Farias!

Conseguiu autorização para atender, num corredor da igreja de São Domingos Gusmão, no Terreiro de Jesus, perto de 30 pessoas por dia. Franciscanamente pobre, morreu na tapera onde vivia, a Quinta das Beatas, no bairro de Salvador que hoje leva o seu nome. O cineasta baiano Marcelo Oliveira acaba de lançar um belo documentário sobre sua vida, intitulado Quitanda da Liberdade.

Que Cosme de Farias sirva de exemplo aos herdeiros de seu combativo MDB, contra a posição fisiológica de querer tirar vantagem em tudo.

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